Os recentes avanços na agenda econômica brasileira, como a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara, têm refletido positivamente na percepção de risco do investidor estrangeiro, que caiu ao menor patamar em cinco anos.
Para economistas, melhora no risco país pode antecipar retorno ao grau de investimento, o selo de bom pagador. O Credit Default Swap (CDS), que é uma espécie de seguro contra calote da dívida do país, voltou a operar em nível que não era visto desde 2014, ano em que o Brasil entrou em recessão. Atualmente, o CDS está negociado em 128 pontos.
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Na leitura de Alexandre Espírito Santo, economista da Órama, esta pontuação tão baixa (no primeiro turno das eleições de 2018, por exemplo, estava em 228 pontos) está atrelada à agenda de reformas .
"A Previdência passou em primeiro turno com mais votos do que o esperado e com economia na faixa de R$ 900 bilhões. Além disso, temos outras reformas importantes na esteira, como a tributária. Estes fatores contribuem para que o Brasil seja visto bom olhos diante dos investidores estrangeiros", avalia Espírito Santo.
O economista destaca que a atual pontuação de CDS é comparável à de países classificados com grau de investimento. "A atual pontuação de risco do Brasil é característica de país com grau de investimento", diz.
"Normalmente, o mercado antecipa algumas questões, então, é possível que em um futuro próximo alguma agência de classificação de risco melhore a nota do Brasil˜, acrescenta.
Atualmente, a agência Fitch Ratings classifica a nota de crédito soberano do Brasil em "BB-". Desta forma, o país está três "degraus" abaixo da faixa de grau de investimento, classificação que indica que o país é um lugar seguro para investir. Alguns fundos institucionais exigem esse selo para fazer investimentos.
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Na leitura do economista da Órama, com a Previdência aprovada e com avanços da reforma tributária ainda este ano, é possível que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresça de forma consistente já no próximo ano. "Com Previdência aprovada, avanços na agenda tributária e queda da taxa básica de juros, a tendência é que a economia cresça de forma robusta em 2020, na faixa de 2%", afirma.