Ao celebrar o acordo com o Mercosul , a União Europeia deixou claro que não abrirá mão de exigências de sustentabilidade ambiental. O memorando cita especificamente o "princípio de segurança alimentar e regras ambientais" e deixa claro que o acordo contém "compromissos específicos em direitos trabalhistas e proteção ao meio ambiente, incluindo a implementação do Acordo de Paris".
O meio ambiente é um tema caro à UE, principalmente a países como Alemanha e França , cujos governos recentemente manifestaram preocupação com o aumento da devastação na Amazônia. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a afirmar que não assinaria o acordo com o Mercosul se o Brasil saísse do Acordo de Paris.
Macron justificou sua postura com o argumento de que os agricultores franceses, para cumprir as metas do Acordo de Paris , tiveram de reduzir o uso de pesticidas, o que teria um custo de competitividade. E, desde janeiro, o governo brasileiro liberou o uso de 239 novos agrotóxicos.
A UE anunciou que vai manter seus padrões atuais de segurança alimentar, que terão de ser cumpridos pelos exportadores.
Direitos humanos e povos indígenas
O memorando assinado nesta sexta-feira (28) pelos dois blocos prevê "o compromisso de efetivamente implementar o Acordo do Clima de Paris. Um capítulo dedicado ao desenvolvimento sustentável cobrirá questões como administração sustentável e conservação de florestas, respeito aos direitos trabalhistas e promoção de condutas empresariais responsáveis".
O texto afirma, ainda, que a sociedade civil terá um papel ativo na implementação do acordo, incluindo preocupações ambientais, sociais e de direitos humanos.
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Pelo acordo, os dois blocos trabalharão juntos para desenvolver uma abordagem mais sustentável em agricultura, além de assegurar os direitos das comunidades indígenas .