O mercado voltou a reduzir, nesta segunda-feira (13), as projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2019 , o que indica que a recuperação econômica do País segue lenta. O economista Marcel Balassiano, do Ibre/FGV, preparou um estudo que compara o Brasil a outros países, revelando que há muitos anos a economia brasileira não vai bem. De acordo com o documento, de 2011 a 2018 mais de 90% dos países do mundo apresentaram crescimento econômico maior que o visto nos governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) no País.
Segundo o economista, "possivelmente essa será a pior década para o Brasil, na comparação internacional, pelo menos desde 1980, quando o Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou o levantantamento", de onde ele extraiu os dados. O FMI aponta que 91% dos países do mundo (174 países dentro de uma amostra total de 191 nações) apresentaram um resultado, em termos de crescimento econômico, melhor do que o Brasil no período 2011-2018.
Considerando as projeções do fundo para 2019 e 2020, na década atual, 90% dos países apresentarão um crescimento real do PIB maior que o brasileiro. Nas décadas de 1980 e 1990, por volta de 70% dos países cresceram mais que o Brasil, e, na década dos anos 2000, somente 56%.
O PIB per capita , que resulta da divisão do PIB em valores correntes pelo total de habitantes do País, também foi afetado de modo similar. Possivelmente essa também será a pior década na comparação internacional, já que 85% dos países do mundo (162 países dentro do total de 191) melhor do que o Brasil no período em análise.
Considerando as projeções para este ano e o próximo, na atual década, 84% dos países teriam apresentado um desempenho melhor do que o brasileiro. Nas décadas de 1980 e 1990, por volta de 70% dos países cresceram mais do que o Brasil, e na década dos anos 2000, o número despencou para 45%.
Nesse contexto, o pesquisador ressaltou a necessidade de se aprovar a reforma da Previdência , em tramitação no Congresso, tendo em vista que ela foi colocada pelo governo como condição para o Brasil voltar a equlibrar suas questões fiscais e a crescer a taxas mais altas e sustentáveis.
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"A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou um relatório com dois cenários (com reforma da Previdência e sem reforma). No primeiro deles, a média de crescimento do PIB brasileiro no período 2019-2023 seria de 3%, ao ano. Mas, se a reforma não for aprovada,o país voltaria à recessão em 2021 e, nesses cinco anos (2019-2023), haveria recuo anual médio de 0,5%. Então, reverter esse grave problema fiscal é de fundamental importância para o Brasil voltar a crescer mais, e com isso, reverter o cenário de desemprego alto", escreveu Balassiano no estudo.