O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu que as empresas precisam vencer o preconceito e contratar presos. A declaração foi feita nesta segunda-feira (6), durante um evento do Ministério da Justiça de entrega de um selo em reconhecimento às organizações que empregam presos e ex-presos.
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Para Moro , embora as penas de prisão tenham caráter punitivo, não se pode "perder a fé e a esperança de que as pessoas podem se redimir". "Precisamos que as comunidades locais e as empresas locais se envolvam e rompam aquela barreira do preconceito de pensar que o preso é alguém que tem que estar absolutamente afastado de qualquer espécie de convício social”, disse o ministro.
Moro ainda defendeu o incentivo ao trabalho feito dentro das prisões, destacando que essas atividades geram recursos que podem alimentar boa parte do sistema prisional brasileiro. O ministro também disse que deseja que, no futuro, o sistema se torne autossustentável, com os próprios presos pagando por suas despesas.
A posição de Moro é compartilhada pelo diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon. Durante o evento, Bordignon ressaltou que a socialização dos presos é necessária, especialmente em um país como o Brasil, que soma mais de 700 mil encarcerados. “Temos uma população carcerária grande e precisamos socializar através das atividades laborais”, defendeu.
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Segundo a Lei de Execução Penal, presos do regime fechado podem trabalhar fora da cadeia apenas em condições específicas. Aqueles em regime semiaberto ou aberto também podem fazer trabalhos externos. Todos podem trabalhar dentro das cadeias e, em todos os casos, a atividade exercida deve ser remunerada.