O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL,) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmaram, nesta terça-feira (9), que não gostariam de fazer a reforma da Previdência. Apesar do desgosto, ambos afirmaram que mudança nas regras das aposentadorias é necessária.
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"Temos uma encruzilhada pela frente. Como disse o Rodrigo Maia aqui, gostaríamos de não ter que fazer a reforma da Previdência , mas somos obrigados a fazê-la", disse Bolsonaro em seu discurso na abertura da 22ª Marcha a Brasília em defesa dos municípios, que reuniu prefeitos de todo o Brasil na Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
A fala de Bolsonaro foi uma resposta à Maia que, ao se pronunciar durante o evento, disse que não há "prazer" em conduzir o processo de nova Previdência , mas que medida é essencial para reduzir o déficit do sistema de aposentadorias.
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"Alguém acha que cada um de nós tem um prazer enorme de votar a reforma da Previdência, como se fosse uma grande agenda de futuro para o Brasil? Não. A reforma da Previdência vem organizar o que foi construído ao longo dos últimos anos", afirmou Maia .
Segundo ele, caso a reforma não seja feita, nenhum político "vai conseguir sair na rua nunca mais"."Se nada for feito em relação à Previdência, que também impacta estados e município, nenhum de nós, políticos, vai conseguir sair na rua nunca mais. Por uma questão muito simples: só no governo federal o aumento real, o aumento líquido da despesa previdenciária é, todo ano, na ordem de R$ 50 bilhões", explicou.
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No mês passado, os presidentes protagonizaramuma intensa troca de farpas públicas, em que Maia, inclusive, ameaçou deixar a articulação da reforma da Previdência . O encontro desta terça-feira (9) entre os dois foi o primeiro após os ânimos se acalmarem. Na hora dos discursos, os dois fizeram questão de agradecer um ao outro e Bolsonaro ainda chamou o deputado de "irmão".