O ministro da Economia, Paulo Guedes, participa neste momento de debate na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara para debater a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência (PEC 6/2019). Segundo o presidente da comissão, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), a audiência pública deve ser longa, mas “proveitosa”.
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Os parlamentares, que atacaram o ministro, querem que sejam esclarecidos pontos da reforma previdenciária dos trabalhadores civis, a alteração do regime previdenciário dos militares e a reestruturação da carreira das Forças Armadas, e irão questionar pontos do texto a Paulo Guedes . Durante discussão na CCJ, oposicionistas atacaram o ministro com gritos de "Chile", país cujo sistema previdenciário, que é de capitalização, vive crise. Guedes rebateu, dizendo que "é a Venezuela que está bem". O presidente da comissão cobrou decoro das duas partes, interrompendo os gritos.
Assista a participação de Guedes na CCJ ao vivo:
Inicialmente, a audiência com Guedes estava marcada para 26 de março, mas o ministro cancelou a ida, alegando que preferiria comparecer depois que a comissão escolhesse o relator da proposta.
Na última terça-feira, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que o governo vai continuar a defender a proposta integral de reforma da Previdência, mas as novas regras de aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) poderão ser suprimidas se a maioria dos parlamentares decidir.
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Líderes partidários acertaram que a proposta de retirar do texto da reforma da Previdência as mudanças nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), da aposentadoria rural e a desconstitucionalização (com rebaixamento para lei complementar) das regras previdenciárias deve ser discutida na comissão especial que vai analisar o mérito do texto.
Paulo Guedes voltou a atacar o atual modelo previdenciário, declarando que "Eu não vejo com olhar tão doce e gentil o sistema previdenciário atual, pois ele é perverso", mas relembrou que a capitalização, o diferencial da nova Previdência, só pode ser implementada com uma reforma que promova economia de R$ 1 trilhão em 10 anos.