Ainda em viagem oficial a Israel, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta segunda-feira (1º) que espera que a proposta de reforma da Previdência não seja "muito desidratada" no Congresso e que seja aprovada até junho deste ano. A declaração foi feita em Jerusalém, durante uma entrevista a jornalistas.
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"Eu acredito que sim [dá para aprovar até junho]. Nós mandamos uma proposta, não é uma proposta minha nem do governo. É do Brasil. Nós não temos outra alternativa. Chegou nesse ponto, a Previdência está realmente deficitária e temos que fazer essa reforma. Espero que o Congresso aprove sem que ela seja muito desidratada", disse o presidente após ser questionado sobre o assunto.
Bolsonaro ainda afirmou que, no que depender dele, fará "gestões" junto aos deputados e senadores para aprovar a proposta, mas não vai "se meter" na discussão sobre os pontos do texto. "A decisão está com o parlamento. No que depender de mim, eu farei gestões. Eu conheço mais da metade dos parlamentares, fiquei 28 anos lá, sei como funciona aquilo. Poderia até dar sugestões, mas não quero me meter", declarou.
Apoio declarado
Na semana passada, líderes de 13 partidos (PR, SD, PPS, DEM, MDB, PRB, PSD, PTB, PP, PSDB, Patriotas, Pros e Podemos) divulgaram uma nota em apoio à reforma da Previdência , mas impuseram condições. Os parlamentares pediram a exclusão de duas propostas do texto: as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda, e na aposentadoria rural.
Para o líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), a retirada desses trechos é fundamental para proteção de pessoas abaixo da linha da pobreza no país. O manifesto, segundo Nascimento, pretende esclarecer à sociedade que o Parlamento preservará os “mais pobres e mais vulneráveis” no texto da reforma da Previdência.
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“[A retirada desses trechos vai] trazer mais segurança, sobretudo às pessoas mais pobres. Há uma campanha insidiosa, que é feita nas redes sociais, que estamos a deliberar uma reforma que vai atingir as pessoas mais pobres e a gente quer, por meio desse manifesto com os líderes que compõem a maioria na casa, já sinalizar que não faremos nada que retire direitos das pessoas mais pobres, que estão na linha abaixo da pobreza ", reiterou.
*Com informações da Agência Brasil