Com atos convocados por centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência por todo o Brasil, o assunto domina o Twitter nesta sexta-feira (22). As hashtags #LutePelaSuaAposentadoria e #EuApoioNovaPrevidência lideram os trending topics do Twitter e têm a participação de lideranças políticas, aproximando o debate sobre a reforma da esfera pública.
Leia também: Previdência dos militares faz economia de apenas 1% da reforma dos civis
A nova Previdência já foi entregue ao Congresso e precisa ser aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para que, então, possa ser apreciada pelos parlamentares.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 deverá ser aprovada nas duas Casas legislativas, a Câmara e o Senado, para que vire, efetivamente, uma emenda constitucional. A expectativa do governo é que o texto possa ser aprovado no início do segundo semestre deste ano.
A tramitação de uma PEC exige que o conteúdo seja analisado e aprovado por deputados e senadores, tendo três quintos dos votos nas duas Casas, em votação feita em dois turnos. A CCJ, primeira etapa do processo, tem como presidente Felipe Francischini (PSL-PR), que indicará um relatador para o caso. O objetivo é analisar se o texto fere algum direito previsto pela Constituição.
Nesta semana, foi lançada uma Frente Parlamentar Mista de oposição à reforma proposta pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). O grupo diz contar com a assinatura de ao menos 171 deputados e 27 senadores, e foi criado em 2016, como forma de tentar barrar (com sucesso) a PEC 287/2016, que tratava da reforma da Previdência proposta pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), preso preventivamente nesta quinta-feira (21) .
Nesta sexta-feira, parlamentares, partidos, lideranças e brasileiros que apoiam ou não a reforma se manifestaram contra e a favor da nova Previdência nas redes sociais. Confira a repercussão no Twitter :
Ao contrário do regime de solidariedade entre gerações, na capitalização impera o "cada um por si". Quem pode faz poupança individual nos bancos e garante uma aposentadoria com dignidade. Quem não pode, é condenado a condições indignas de aposentadoria ou a trabalhar até morrer.
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) 22 de março de 2019
#LutePelaSuaAposentadoria apoiando a Nova Previdência. Em 15 anos, o governo precisará destinar 100% do orçamento para aposentadorias e pensões. Restarão duas opções: não gastar 1 centavo com educação, saúde e tudo o mais, ou não pagar aposentadorias. #EuApoioNovaPrevidencia
— João Amoêdo (@joaoamoedonovo) 22 de março de 2019
Vc sabe onde foi aplicado o regime de capitalização da Previdência proposto por Bolsonaro? No Chile, durante a sangrenta ditadura de Pinochet. A miséria fez do país o campeão sul-americano de suicídio entre idosos. #RedesPCdoB ⬇️ https://t.co/O2cmavN8lP #LutePelaSuaAposentadoria
— PCdoB (@PCdoB_Oficial) 22 de março de 2019
Vamos espalhar esse vídeo! Não podemos deixar as desinformações quebrarem o nosso País!
— Fernanda Nunes (@Fernuf91) 22 de março de 2019
Aposentados vocês NÃO irão perder um direito já adquirido. Essa nova Previdência busca justamente igualdade e acabar com os privilegiados! Vamos lutar BRASIL. #EuApoioNovaPrevidencia https://t.co/TsRvh8xgTi
#LutePelaSuaAposentadoria participe das mobilizações da CUT, centrais sindicais e dos movimentos sociais contra as mudanças na Previdência que retiram direitos sociais! pic.twitter.com/xUngEkngWX
— PT Brasil (@ptbrasil) 22 de março de 2019
No mesmo dia em que as manifestações contrárias à reformas estão marcadas pelo País, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ameaçou deixar a articulação política na Casa para aprovação da PEC, após postagem de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, com duras críticas a ele. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo
, Maia ligou para o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que, se é para ser atacado nas redes sociais por filhos e aliados do presidente, o governo não contará com sua ajuda.
O presidente da Câmara disse ainda que “Eu sou a boa política, e não a velha política. Mas se acham que sou a velha, estou fora". Maia contou com apoio do PSL para sua reeleição na Casa Legislativa, mas, também nesta semana, fez duras críticas a Sérgio Moro
, ministro da Justiça e da Segurança Pública. Os atritos, assim como a prisão preventiva de Temer
, podem dificultar a aprovação da reforma da Previdência
.