Mulheres receberam, em média, 20,5% menos do que os homens em 2018
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Mulheres receberam, em média, 20,5% menos do que os homens em 2018

As mulheres brasileiras seguiram recebendo, em 2018, menos que os homens no País. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o rendimento médio masculino foi 20,5% maior no período.

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No ano passado, o ganho médio das mulheres ocupadas entre 25 e 49 anos foi de R$ 2.050, o equivalente a 79,5% da remuneração recebida pelos homens no mesmo ano, de R$ 2.579. O dado revela redução da desigualdade em relação a 2017 (78,3%), mas piora na comparação com 2016 (80,8%).

Nos últimos sete anos, a taxa variou entre 75,6% e 80,8%. Enquanto 2016 registrou a menor desigualdade, e foi o único ano em que se ultrapassou a casa de 80%, 2013 foi marcado pela maior disparidade, e o único ano em que o indicador não chegou sequer a 76%.

Confira a proporção anual desde 2012:

  • 2012: 76,6%;
  • 2013: 75,6%;
  • 2014: 76,8%;
  • 2015: 78,5%;
  • 2016: 80,8%;
  • 2017: 78,3%; e
  • 2018: 79,5%.

O IBGE revela ainda que a desigualdade salarial entre homens e mulheres aumenta conforme as pessoas envelhecem. Em 2018, as mulheres entre 25 e 29 anos recebiam 86,9% do rendimento masculino. Na faixa etária de 30 a 39 anos, cai para 81,6% e, entre o grupo que tinha de 40 a 49 anos, passa a ser de 74,9%. Segundo a pesquisa, a tendência se deve, em grande parte, à redução da jornada média que ocorre com as mulheres mais velhas.

Em média, excluindo a chamada 'jornada dupla', que compreende serviços domésticos e a ocupação formal, as mulheres trabalharam menos horas do que os homens. Enquanto elas trabalharam 37,9 horas semanais, eles atuaram por 42,7 horas. Elas trabalhavam, em média, 4,8 horas semanais a menos do que eles, mas o valor médio trabalhado por hora foi de R$ 13,0 para as mulheres, enquanto entre os homens era de R$ 14,2.

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Participação das mulheres por ocupações e desigualdades no mesmo cargo

Em algumas áreas, apesar de serem maioria, as mulheres recebem menos que homens que ocupam o mesmo cargo
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Em algumas áreas, apesar de serem maioria, as mulheres recebem menos que homens que ocupam o mesmo cargo

Dentre as ocupações selecionadas pelo Instituto para a pesquisa, a participação feminina era maior entre os trabalhadores domésticos (em que ocupam 95%), seguido por professores de ensino médio (84%) e trabalhador de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%). 

No entanto, entre os cargos de Diretores e gerentes, a participação feminina cai muito, a 41,8% dos trabalhadores nessa função, com um rendimento médio de R$ 4.435. O valor equivale a 71,3% do recebido pelos homens na mesma profissão, que é de R$ 6.216. 

Entre os Profissionais das ciências e intelectuais, apesar de terem participação majoritária (63%), as mulheres recebiam somente 64,8% do rendimento médio de homens no mesmo cargo.

Nas ocupações com exigência de maior nível de instrução, também houve desigualdade nos rendimentos entre homens e mulheres no mesmo cargo . Entre professores do Ensino fundamental, as mulheres recebiam 90,5% do rendimento dos homens, e no grupo dos professores de universidades e ensino superior, o rendimento das mulheres era ainda menor proporcionalmente, e representava 82,6% do recebido pelos homens. Entre os Médicos especialistas e Advogados, as mulheres também eram maioria, representando 52% dos trabalhadores, mas ganhavam pouco mais de 70% do salário médio dos homens na mesma função.

A taxa de desemprego do País , que foi de 11,6% no quarto trimestre de 2018, também atingiu mais as mulheres do que os homens. Entre elas, foi registrado 13,5%, já os homens foram atingidos em 10,1%. O comportamento foi observado em todas as regiões brasileiras, revela o levantamento.

Maioria na população caracterizada como em idade de trabalhar no Brasil, com 52,4% das pessoas nessa faixa etária no quarto trimestre de 2018, as mulheres se mantiveram como a maior parte da população que estava fora da força de trabalho, com 64,7%.

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