Banco Central avalia que inflação está 'controlada', mas ainda apresenta risco de alta
Antonio Cruz/Agência Brasil
Banco Central avalia que inflação está 'controlada', mas ainda apresenta risco de alta

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou, por meio da ata de sua última reunião, quando a taxa Selic foi mantida estável na mínima histórica de 6,5% ao ano , que a inflação encontra-se em níveis "apropriados ou confortáveis", mas ainda apresenta risco de alta.

O Banco Central alerta que a "consolidação desse cenário no médio e longo prazos", de convergência dos resultados da inflação com as metas estabelecidas pelo governo para os próximos anos "depende do andamento das reformas e ajustes necessários na economia brasileira", avalia o Comitê.

"O Copom reitera sua visão de que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da sua taxa de juros estrutural, cujas estimativas serão continuamente reavaliadas pelo Comitê", acrescentou o documento, que cita ainda haver risco de alta da inflação, sobretudo em caso de as reformas esperadas pelo mercado financeiro, com destaque para a da Previdência , não serem aprovadas.

A ata avalia que a trajetória é consistente com as expectativas, e relembra que o mercado prevê alta de juros em 2020. Para este ano, a taxa Selic, que representa os juros básicos da economia, foram mantidos em 6,5%. A principal função do indicador é buscar cumprir a meta de inflação estabelecida pelo próprio BC. Para 2019, a meta central de inflação é de 4,25%, com intervalo de tolerãncia entre 2,75% e 5,75%. Para o ano que vem, entre 2,5% e 5,5%, com centro estipulado em 4%.

A previsão é de que a taxa Selic apresente alta até atingir 8% ao ano no fim de 2020, e o Copom estima que a inflação deverá ficar em 3,87% (3,9%) em 2019 e 3,8% em 2020, ou seja, dentro das metas de inflação estabelecidas.

Leia também: Mais de 80% dos membros do Congresso Nacional apoiam reforma da Previdência

Risco de inflação alta ainda é relevante

Risco de alta da inflação é influenciado pela possível desaceleração econômica global
Joyce N. Boghosian/White House
Risco de alta da inflação é influenciado pela possível desaceleração econômica global

Segundo o documento divulgado pelo Copom, "os riscos altistas para a inflação permanecem relevantes e seguem com maior peso em seu balanço de riscos", ou seja, segundo a avaliação do principal órgão da política monetária nacional, o momento econômico, apesar de apresentar sinais de otimismo, ainda é marcado pelas incertezas.

A explicação, no entanto, é internacional. A possível desaceleração econômica global faz com que o Banco Central seja cauteloso com as projeções e alerte para a alta inflacionária no Brasil. A instituição avalia que o mercado já reage às possibilidades de desaceleração da economia norte-americana ou a manutenção do vigor exibido nos Estados Unidos.

"Esses dois cenários têm implicações opostas para o rumo da política monetária do Fed [o Banco Central norte-americano]. Os membros do Copom concluíram que, ao menos até a definição de qual dos cenários é o mais provável, os riscos associados à normalização da política monetária nos EUA se reduziram", concluiu o Copom.

"O Comitê apontou ainda que incertezas, como por exemplo aquelas associadas à continuidade da expansão do comércio internacional e ao Brexit, podem contribuir para um menor crescimento global", informou a ata.

Leia também: Reforma da Previdência pode elevar PIB brasileiro, aponta FGV

A alta da inflação no Brasil, segundo o conteúdo da reunião do Copom, depende em grande parte do cenário interno, ou seja, da aprovação das reformas aguardadas pelo mercado, mas também pelo cenário internacional.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!