A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (3) a redução de 2,73% no preço da gasolina (médio) nas refinarias, que agora é vendido a R$ 1,4675 por litro, o menor patamar desde meados de fevereiro do ano passado.
O corte do preço da gasolina
anunciado pela estatal ocorre um dia após a forte queda do dólar ante o real
, um dos parâmetros utilizados pela empresa em seu sistema de reajustes. Além disso, o mercado internacional de petróleo e gasolina avançou na véspera.
Já o preço do diesel, que foi aumentado em 2,5% no dia 31 de dezembro , desta vez foi mantido em R$ 1,8545. O reajuste se deu em consequência do término do programa federal de subsídio que havia sido estabelecido em junho, após o governo Temer fechar acordo com caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país .
O programa determinava o congelamento do preço naquele mês a R$ 2,0316 por litro, tanto para a Petrobras quanto para outros agentes participantes do programa, como alguns importadores. As empresas que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados pelo governo e passariam a ser ressarcidas em até R$ 0,30 por litro, dependendo do cenário de preços externos.
Desde então, cinco atualizações haviam sido feitas: no final de agosto, a alta ficou em até 14,4%; em setembro, foi de 2,76%; no mês de outubro outubro, os preços de referência foram reduzidos em até 10,44%; em novembro, foi determinada redução de até -15,59%, válida até 15 de dezembro; e, na última atualização, em vigor desde o último dia 16, foi determinada queda de até 2,42%. Com o fim do programa, em 31 de dezembro, a empresa anunciou reajuste de 2,5%, que se mantém nesta semana, a primeira sob comando do novo governo.
A tendência é que os preços dos combustíveis voltem a oscilar de acordo com o mercado internacional, tendo em vista que a nova equipe defende maior liberdade; no entanto, os mecanismos financeiros de proteção complementar à política de preços do diesel e da gasolina permite à estatal petroleira manter as cotações estáveis nas refinarias por um período de até sete dias em momentos de aumentos expressivos.
Preço da gasolina e do diesel nas bombas dos postos
Apesar de o valor cobrado pela Petrobras nas refinarias tenha recuado em 2018, o ano passado terminou em alta para o consumidor final, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP).
A agência diz que o preço médio do litro da gasolina nas bombas ficou em R$ 4,344 na última semana, e o do diesel, em R$ 3,451. A três dias do final de 2018, o acumulado do preço trazia alta de 5,97% e 3,75%, respectivamente.
Leia também: Por que a queda do preço da gasolina nas refinarias não chega aos postos?
A queda do preço da gasolina nas refinarias, portanto, não reflete diretamente na queda dos postos, e isso pode ser explicado pela longa cadeia produtiva, que envolve distribuidoras e os próprios donos de postos. Ainda no final do ano passado, foi notado pela ANP aumento dos lucros das distribuidoras sobre as quedas nas refinarias, o que explica as reduções não chegaram às bombas.