Mercado financeiro reduz expectativa de inflação para 2018 e 2019; dólar sobe
IPCA passou de 3,71% para 3,69% em 2018 e de 4,07% para 4,03% em 2019; dólar teve mais um aumento e passou a ser estimado em R$ 3,85 neste ano
Por Brasil Econômico |
Após uma semana de estabilidade, a projeção da inflação voltou a cair no Boletim Focus, que é publicado toda segunda-feira no site do Banco Central (BC) e traz as expectativas do mercado financeiro para a economia brasileira.
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A projeção para a inflação oficial, ou IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 3,71% para 3,69% em 2018 e de 4,07% a 4,03%, em 2019.
O semanário, que traz estimativas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia, indica que os analistas de instituições financeiras acreditam que o governo não deve ter problemas para seguir a meta de inflação, que é de 4,5% em 2018, com 1,5 ponto percentual de tolerância, variando de 3% a 6%.
Em 2019, segundo as projeções, a expectativa de inflação passou de 4,07% para 4,03%. A meta central do próximo ano é de 4,25%, e a tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). Atualmente, o juro básico da economia está em 6,5% ao ano, no menor valor da série histórica. Os analistas preveem que, em 2019, a taxa estará em 7,25%, sendo que nas últimas projeções a expectativa era de 7,5%.
A Selic serve de referência para todas as demais taxas de juros da economia brasileira. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
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Os outros índices além da inflação
Além da inflação, o Focus da semana avaliou as expectativas para o dólar, a balança comercial, os investimentos estrangeiros e a soma de todos os bens produzidos no País, que é o Produto Interno Bruto (PIB).
A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), segundo o Boletim Focus, foi mantida em 1,30%. Para 2019, a estimativa foi ajustada caiu de 2,55% a 2,53%. As instituições financeiras contiuam projetando crescimento de 2,50% do PIB em 2020 e 2021.
A projeção para o dólar voltou a subir, embora com menor intensidade do que na semana passada , passando desta vez de R$ 3,83 a R$ 3,85. Para o fechamento de 2019, a estimativa segue sendo de R$ 3,80 por dólar.
O resultado do total de exportações menos as importações, que é a balança comercial, indica que o mercado passou a esperar um resultado positivo menor; o valor passou de US$ 58 bilhões para US$ 57,75 bilhões. Para 2019, a expectativa de superávit subiu de US$ 52,8 bilhões para US$ 53,4 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros de forma direta no Brasil neste ano subiu de US$ 72 bilhões para US$ 74 bilhões. Para 2019, a estimativa caiu, passando de US$ 80 bilhões a US$ 78,4 bilhões.
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De modo geral, o mercado financeiro espera inflação menor, dólar subindo, queda no superávit da balança comercial brasileira e aumento de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2019. Para 2019, inflação menor, dólar estável, melhor balança comercial e menos investimentos diretos.