"Preço do combustível está na média global", diz futuro presidente da Petrobras
Indicado para presidente da Petrobras pelo novo governo, Roberto Castello Branco desconversou sobre a manutenção ou não da atual política de preços
Por Brasil Econômico |
O economista Roberto Castello Branco , indicado para presidir a Petrobras no governo Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que o preço do combustível no Brasil está na média praticada pelo mercado internacional.
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"O preço do combustível com impostos e subsídios está na média global. Agora, vamos examinar o preço que a Petrobras cobra e como vai ser. Esse é um assunto que vou passar a estudar", afirmou ao sair do Centro Cultural Banco do Brasil, onde trabalha a equipe de transição do governo.
Durante o governo de Michel Temer, a Petrobras segue uma política de variação do preço dos combustíveis que acompanha a valorização do dólar e a variação do custo do petróleo no mercado internacional. Questionado sobre a manutenção ou adoção de uma nova política, o futuro presidente da estatal desconversou.
A falta de estabilidade dos preços dos combustíveis foi a principal queixa dos caminhoneiros que entraram em greve por quase duas semanas no fim de maio deste ano. A greve dos caminhoneiros gerou paralisações e bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal, e trouxe uma série de dificuldades para o País.
O período de greve trouxe a indisponibilidade de alimentos e remédios nas principais cidades do país, a escassez e alta significativa de preços da gasolina e longas filas para abastecimento nos postos. O movimento resultou, ainda, no pedido de demissão do então presidente da estatal , Pedro Parente, além de ter resultado na alta da inflação do mês de junho.
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Castello Branco é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e fez pós-doutorado na Universidade de Chicago (Estados Unidos), tradicional reduto liberal na economia, que se caracteriza pela defesa do livre mercado. Ele também já integrou o conselho de administração da Petrobras e defende a maior concorrência no setor de petróleo, mostrando-se contrário às políticas de controle de preço.
"Quando você fixa um preço abaixo do mercado, você afasta a concorrência, mas a um custo muito alto. Foi entre 2011 e 2014 que não só a Petrobras perdeu muito dinheiro, como ajudou a afundar a indústria do etanol, ajudou a ter mais carro na rua, com problema de trânsito e poluição de meio ambiente, uma série de externalidades negativas. E quando se cobra um preço acima do mercado também é prejudicial para a economia. A competição é sempre saudável", afirmou.
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Para assumir a Petrobras, Roberto Castello Branco precisará passar por uma aprovação formal pelo colegiado de administração da companhia, algo que não deve ser empecilho para a posse. A atual política de controle do preço do combustível tende a ser substituída, de acordo com declarações recentes do economista.