Estimativa para a inflação de 2018 chega a 4,3% em semana de eleições
Elevação da projeção para o IPCA aproximou o indicador ainda mais da meta, de 4,50%; esta é a terceira semana seguida que a estimativa para o IPCA sobe
Por Brasil Econômico | (*) |
A estimativa de instituições financeiras para a inflação deste ano subiu pela terceira vez consecutiva de acordo com a pesquisa do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Boletim Focus. Segundo ele, a estimativa para a inflação do mercado é de 4,3%. Na semana passada, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do País) estava em 4,28%.
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Dessa forma, a estimativa para a inflação de 2018 por parte do mercado financeiro ficou mais perto do centro da meta deste ano traçado pelo governo que é de 4,5%. Essa meta tem limite inferior de 3% e superior de 6%.
Já para 2019, o Boletim Focus divulgou que a projeção da inflação também subiu. Passou de 4,18% na semana passada para 4,20% nessa semana, o que também representou o segundo aumento consecutivo para o IPCA de 2019 e também se aproximou da meta do atual governo para a inflação do ano que vem é de 4,25%.
Enquanto isso, para 2020, a estimativa do mercado divulgada pelo Banco Central seguiu de 4% e, para 2021, em 3,97%. Elas estão exatamente no centro da meta do governo e um pouco acima já que a expectativa do governo é de 4% e 3,75%, para 2020 e 2021, respectivamente. Todas elas, no entanto, estão dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Estimativa para inflação depende da taxa básica de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como instrumento a taxa básica de juros (Selic), atualmente mantida em 6,5% ao ano pela terceira vez consecutiva após reunião do Comitê de Política Monterária (Copom) há duas semanas.
Apesar do Comitê ter sinalizado que poderá fazer um reajuste de 0,25 ponto percentual na próxima reunião (elas são realizas a cada 45 dias), o mercado, por sua vez, espera que a Selic permaneça em 6,5% até o fim de 2018.
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Para 2019, aí sim, a expectativa do mercado é de aumento da taxa básica de juros, terminado o período em 8% ao ano. Enquanto para o fim de 2020, o mercado projeta juros de 8,19% ao ano voltando pra 8% ao ano no final de 2021.
Vale dizer que quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação.
A manutenção da taxa básica de juros, como prevê o mercado financeiro este ano, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.
Crescimento econômico e cotação da moeda
O Boletim Focus dessa semana divulgou ainda outras duas expectativas para indicadores da economia nacional. A primeira, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzido no País, se manteve o mesmo da semana passada em 1,35% este ano e 2,5% nos próximos três anos.
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Já a última expectativa analisada diz respeito à cotação do dólar que, por sua vez, foi reajustada de R$ 3,90 para R$ 3,89 no fim deste ano, e de R$ 3,80 para R$ 3,83 ao término de 2019, o que se reflete, é claro, na estimativa para inflação dos respectivos períodos.
*Com informações da Agência Brasil