Os clientes que chegaram a uma das mais de 250 unidades do Carrefour no Brasil na manhã desta quinta-feira (24) se depararam com um anúncio inesperado. Por conta do desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros que já dura quatro dias, a rede de supermercados colocou um anúncio na porta de entrada das unidades avisando que resolveu limitar a venda de produtos a no máximo cinco unidades de cada item por consumidor .
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Não demorou muito para que imagens dos cartazes começassem a circular pelas redes sociais. Por volta do meio dia, uma foto publicada no Facebook já contava com mais de 250 comentários, entre eles o de muitas pessoas relatando que também tinham visto o anúncio em várias unidades diferentes do Carrefour.
Antes que o pânico sobre um desabastecimento se espalhasse, a rede de supermercados emitiu uma nota na qual afirma que a limitação imposta foi uma medida preventiva. A decisão vale para todas as unidades do país, mas a rede ainda não enfrenta "grandes problemas em suas lojas, por enquanto".
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Perdas e danos
Apesar disso, a situação em alguns estados é pior do que em outros. No Distrito Federal, por exemplo, os alimentos já mostram reflexos da falta de abastecimento local. Na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa), o saco de batata subiu de R$ 40 para R$ 300, o que representa um aumento de nada menos que 650%. O tomate foi outro produto que aumentou de forma gritante: de R$ 60 para R$ 200, aumento de 230% no período de quatro dias.
De acordo com as empresas associdas à Associação Brasileira das Indústiras da Alimentação (Abia), mais de 315 caminhões com alimentos perecíveis estão parados em estradas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Não há um levantamento completo dos prejuízos causados com as cargas perdidas na paralização, mas uma das empresas associdas relatou que mais de 1.100 toneladas de produtos não foram entregues aos clientes, o que significaria perdas em torno de R$ 3 milhões.
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Produtores rurais e agropecuários também estão atrasando as colheitas e o abate o quanto podem, com medo de perder as mercadorias na paralisação ou sequer conseguirem "despachar" seus produtos. Dessa forma, ainda que caminhoneiros e o governo cheguem a um acordo imediatamente, ainda levará alguns dias para que o abastacimento seja normalizado e redes de supermercados como o Carrefour passem a operar normalmente de novo.