A Petrobras anunciou mais uma queda no preço do litro do diesel nesta quarta-feira (23), segundo dia consecutivo após diversas altas. O valor ajustado para R$ 2,3083 a partir de hoje sofreu reajuste de 1,14% nessa terça-feira. Enquanto a gasolina apresentou uma retração de 0,62% em relação a ontem, já que passou de R$ 2,0433 para R$ 2,0306.
Leia também: Governo reduz estimativa de crescimento da economia de 2,97% para 2,5% em 2018
O anúncio da queda nos preços dos combustíveis pela Petrobras acontece em meio aos protestos de caminhoneiros em todo o País desde o início da semana. A categoria tem reclamado contra os aumentos consecutivos nos preços dos combustíveis, especialmente do diesel.
O início da baixa no preço anunciado pela estatal ontem aconteceu após sete aumentos consecutivos. Para se ter uma ideia, em maio, o combustível acumulou alta de 9,34% e de 15,16% em um mês. No caso da gasolina, a alta acumulada de maio foi de 12,95% e de 16,76% em 30 dias.
Por outro lado, em dois dias, as quedas acumuladas sofridas pela gasolina e diesel somam respectivamente 2,69% e 2,67%.
Protestos contra preços de combustíveis
Hoje, pelo terceiro dia consecutivo, caminhoneiros realizam greve contra a alta no preço do combustível . Os protestos têm ocupado algumas das principais rodovias federais do País desde o fim da noite de domingo (20). Até o momento, os atos foram registrados em 24 estados.
Debate na Câmara dos Deputados
A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados se reúne hoje para discutir a alta dos preços dos combustíveis. O encontro acontece um dia depois de o governo anunciar o acordo com o Congresso para reduzir o preço do diesel.
A ideia do Executivo é eliminar o imposto Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel . Em contrapartida, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugere a redução da alíquota sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é o principal tributo estadual.
Na avaliação de Maia, são os estados que mais se beneficiam com os aumentos dos combustíveis, já que o ICMS representa um percentual do valor do diesel e da gasolina. Em boa parte dos estados, o imposto varia entre 30% e 32%.
A reunião deve contar com a presença do coordenador-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ravvi Augusto de Abreu Madruga, o presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), Paulo Miranda Soares, e representantes da Petrobras, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Leia também: "Governo nunca considerou mudar política de preços da Petrobras", afirma Parente
Barril do petróleo
Na avaliação da estatal, os aumentos são consequência das oscilações do preço do barril do petróleo no mercado externo. De acordo com a estatal, “os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo”.
A Petrobras destacou que a variação dos preços dos combustíveis nas refinarias e terminais é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado brasileiro.
Leia também: Mercado eleva expectativa da inflação para 3,50% ao ano, aponta Boletim Focus
*Com informações da Agência Brasil