O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou que a diretoria da estatal decidiu reduzir, em 10%, pelos próximos 15 dias, o preço do óleo diesel nas refinarias de todo o País. Tal anúncio foi feito por meio de uma coletiva de imprensa convocada na noite desta quarta-feira (23).
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"Essa redução de 10% representa R$ 0,23 por litro no valor médio do diesel comercializado pela Petrobras . Entendemos que, para os consumidores, será o mínimo de R$ 0,25 no preço final. A redução será só sobre o diesel”, explicou Pedro Parente.
“Com esse quadro, o governo e os representantes dos caminhoneiros terão tempo para negociar. Esse é a nossa contribuição para minimizar o impacto da greve”, ressaltou, garantindo que a decisão da estatal não partiu nem de negociações com o governo, nem com a classe grevista.
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O anúncio ocorre em um momento de crise no setor, devido à uma greve de caminhoneiros que já se estende pelo seu terceiro dia. A categoria reivindica a redução do valor final dos combustíveis – gasolina e diesel –, da carga tributária sobre os produtos e também do preço praticado em pedágios nas rodovias.
Desabastecimento dos mercados e postos
A greve dos caminhoneiros pelo Brasil já causa desabastecimento nos postos de combustíveis e nos supermercados dos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Em especial, o efeito é sentido nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário.
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) e as Centrais de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro apontam que carnes e produtos industrializados, que levam proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas comprometidas.
A diretoria da Apas, inclusive, fez nesta quarta-feira (23) um apelo para que as negociações entre governo federal e caminhoneiros tenham resoluções imediatas para que a "população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica".
Solução temporária da Petrobras
Frente a tal situação, a estatal decidiu reagir e ceder à pressão das manifestações. Pelo menos, por hora. Ao final do período de 15 dias, o preço do diesel voltará ao normal gradativamente, afirmou o Parente.
“Até lá, vamos encontrar soluções definitivas”, destacou. Segundo Parente, a resolução do impasse entre governo federal e caminhoneiros passa pela revisão da carga tributária brasileira. Mas ele não detalhou como isso pode ser feito.
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Em sua declaração, o presidente da Petrobras ainda afirmou que não cogita a possibilidade de prorrogar o tempo de preço 'fixo' – ele diz que não gosta da palavra 'congelado'. "Se em quinze dias, a situação não for normalizada, não vão ser mais quinze dias que ajudarão em alguma coisa", afirmou.