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Pelo menos 60% das entrevistadas têm perspectivas ruins ou péssimas sobre a carreira profissional, diz pesquisa
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Pelo menos 60% das entrevistadas têm perspectivas ruins ou péssimas sobre a carreira profissional, diz pesquisa

O Dia das Mães está próximo e, embora a data seja de comemoração, a maternidade pode ser um período de muitos dilemas e um deles pode estar relacionado à carreira profissional da mulher. Nesta quarta-feira (9), a Catho divulgou um estudo sobre o tema, e mostra que pelo menos 30% das mães já abriram mão do emprego após a chegada dos filhos, enquanto que, entre os pais, o número baixa para 7%. A diferença chega a ser de quatro vezes.

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Ainda de acordo com o balanço, quando somadas as mulheres que demoraram mais de três anos para retomar a  carreira profissional e as que ainda não conseguiram voltar para o mercado de trabalho, o número chega a 31%. Entre os homens, o número é de 19%.

Em relação à ascensão profissional de pessoas com filhos, o estudo da Catho detectou que 60% das entrevistadas têm perspectivas ruins ou péssimas sobre a carreira, contra 47% dos homens. 

“Isso demonstra ainda uma percepção cultural de que as mulheres se envolvem mais na criação dos filhos do que os homens, por isso as limitações para elas seriam maiores”, explica a gerente de Gente e Gestão da Catho, Simone Damazio, sobre a diferença nas porcentagens.

Além disso, ela avalia que é muito importante as empresas terem iniciativas para ajudar a melhorar os dados citados acima. Entre as políticas que as companhias podem adotar, Damazio aponta, por exemplo, o  apoio à paternidade ativa, com licença estendida, abono para participação em reuniões escolares.

A especialista acredita que tais políticas impactam no número de mulheres que deixam o mercado após o nascimento dos filhos, já que elas terão mais oportunidades em suas carreiras ao dividir as responsabilidades com os pais das crianças.  

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Estratégias para melhorar perspectivas

Lembra que dissemos que 60% das entrevistadas descreveram perspectivas ruins sobre a ascensão profissional? Betânia Oliveira, coordenadora de qualidade da desenvolvedora de softwares de gestão empresarial Mega Sistemas, é uma das mulheres que sentiu esse impasse.

Ela conta que trabalhava há 10 meses na companhia e foi promovida apenas dois dias depois que descobriu que estava grávida. Diante da onda de novidades, ela diz que sua primeira reação que teve foi de conversar com o chefe para "desistir da promoção". Entretanto, para a sua surpresa, a resposta dada foi um incentivo para continuar na nova função e a flexibilização de carga horária de trabalho, iniciativa oferecida às mães pela companhia. Realidade, claro, nem sempre vivida pelas profissionais do mercado. 

Para além da gravidez, como as empresas podem continuar oferecendo suporte quando o bebê vira uma criança? A gerente de marketing da Cemara Loteamento e mãe de um menino de seis anos, Giuliane Strapasson, disse que, recentemente, passou por uma fase com muitas dúvidas e angústias sobre a maternidade e que o apoio veio no ambiente de trabalho. "A ajuda da psicóloga da companhia foi essencial para responder a essas perguntas pelas quais estava passando", lembra. 

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Desigualdade no mercado de trabalho

Em março deste ano, o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa que justifica a importância de políticas como essas citadas acima de auxílio à carreira profissional de mulheres que são, desejam ou se tornarão mães futuramente. Em 2016, no Brasil, 62,2% dos cargos gerenciais – tanto do poder público quanto da iniciativa privada – eram ocupados por homens, enquanto que as mulheres estavam presentes em apenas 37,8% deles. Tais números, portanto, mostram que ainda há muita coisa a ser feita para equilibrar esses números.

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