Segundo diretor do Banco Central, redução no custo do uso do cartão de débito deve ser repassada co consumidor
iStock
Segundo diretor do Banco Central, redução no custo do uso do cartão de débito deve ser repassada co consumidor

O Banco Central (BC) quer incentivar o maior uso do débito, disse nesta segunda-feira (26), em Brasília, o diretor de Política Monetária, Reinaldo Le Grazie, ao anunciar medidas para tentar baratear os custos de uso das maquininhas pelos lojistas. “O mercado brasileiro de pagamentos eletrônicos é robusto e funciona muito bem no Brasil. Queremos incentivar a maior utilização do cartão de débito”, afirmou.

Leia também: Mercado reduz projeção da inflação para 3,57%, aponta Boletim Focus

Uma das decisão tomadas pelo BC foi a implementação de um limite para a chamada tarifa de intercâmbio, que é paga pelo credenciador (empresas que disponibilizam as máquinas de pagamento) ao emissor do cartão de débito (bancos e cooperativas). A partir do dia 1º de outubro, essa tarifa será limitada a 0,50% do valor da compra no débito, em média. A tarifa máxima foi fixada em 0,80% do valor da transação.

O que muda para o consumidor?

De acordo com o diretor do BC, esta medida pode beneficiar os consumidores ao reduzir custos para o comércio. Atualmente, os lojistas pagam um percentual de cada venda às instituições financeiras que ficam com uma parte e repassam outra parte para as credenciadoras.

Leia também: Taxa extra na conta de luz não cumpre objetivo de reduzir consumo, diz TCU

“Bancos e cooperativas vão ter uma redução na sua remuneração. A garantia de que vai chegar na ponta do consumidor é que o mercado é bem competitivo. Vai ser repassado em função dessa competição”, explicou Le Grazie.

Ainda segundo informações do BC, a taxa de intercâmbio dos cartões de débito é de 0,82%, na média, e a máxima chega a 1,12%, por transação. Após a limitação dessa taxa, haverá redução na taxa de desconto, que inclui todos os valores cobrados pelo uso do cartão de débito por bandeiras, credenciadoras e instituições financeiras. Essa taxa está em 1,45%, segundo o diretor.

Le Grazie ressalta que essa taxa de desconto vem caindo ao longo do tempo. “O que subiu foi o intercâmbio tanto do débito quanto do crédito. E é nela que estamos mexendo”, disse. Segundo o Banco Central , nos últimos oito anos a taxa de intercâmbio dos cartões de débito aumentou de 0,79% da transação para 0,82%, enquanto a taxa de desconto caiu de 1,60% da transação para 1,45%.

Leia também: Brasil cria 61 mil postos de trabalho e tem melhor fevereiro desde 2014

Cheque especial

Além de falar sobre o uso do cartão de débito, Le Grazie também foi questionado sobre os altos juros do cheque especial no País – mesmo com a queda da taxa Selic. Ele afirmou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deve apresentar em abril “um novo modelo de negócios” para esse tipo de crédito. O diretor, no entanto, não deu detalhes da medida, dizendo apenas que as mudanças não dependem de regulação do Banco Central.

*Com informações da Agência Brasil

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!