O PIB (Produto Interno Bruto) de 2018 deve crescer 3%, segundo projeções do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a Carta de Conjuntura, divulgada nesta quinta-feira (22), este percentual deve se repetir em 2019.
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Pela avaliação do Grupo de Conjuntura do Ipea, a inflação deve fechar este ano em 3,6%, mesmo com o esperado aumento de preços dos alimentos. Isso indica um cenário positivo para a recuperação do PIB do País.
O principal resultado positivo do primeiro bimestre do ano, segundo os economistas, veio da taxa de inflação. “Apesar da importante contribuição dos alimentos, mesmo com a exclusão desses preços do cálculo do IPCA [Índice Nacional de preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), o índice acumulado em 12 meses recuou de 10% para 4,2% entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2018”, diz o estudo.
Ainda de acordo com o levantamento do Ipea, a inflação em patamar baixo mostra que há espaço para que a política monetária possa estimular o crescimento sem grandes riscos de escalada de preços. O entendimento é que o resultado em 2018 será explicado principalmente pela expansão do consumo das famílias (estimado em 3,4%) e do investimento (4,5%).
O consumo do governo deve registrar crescimento nulo, enquanto as exportações líquidas de bens e serviços devem contribuir negativamente para o resultado do Produto Interno Bruto, com avanço das importações (7,5%) superior as exportações (6,5%). O crescimento da indústria (3,6%) e dos serviços (2,9%) deve compensar a queda do PIB agropecuário, projetado para 2,2%).
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Em relação ao Produto Interno Bruto do primeiro trimestre, os economistas do Ipea preveem um crescimento de 1,9% para o PIB do 1º trimestre do ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, puxado pelo aumento de 3,4% do consumo das famílias, de 4,3% do investimento agregado, e pelos avanços da indústria, que deverá crescer 2,6% e dos serviços (2,4%).
Já para os trimestres subsequentes, existe a expectativa de um novo impulso ao investimento e de aumento do consumo privado, fazendo com que essas variáveis fechem 2018 com taxas de crescimento acumulado de 4,5% e 3,4%, respectivamente.
Apesar da forte desaceleração no último trimestre de 2017, o consumo deve permanecer para o crescimento econômico em 2018. “A inflação controlada, os juros em queda ao longo de todo ano passado e em níveis inéditos de baixa, a redução do endividamento das famílias como proporção da sua renda, e o comportamento favorável do mercado de trabalho – com o aumento da ocupação e elevação do rendimento médio do trabalho – são fatores que apontam para uma aceleração do crescimento do consumo”, conforme análise do Grupo de Conjuntura.
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O Indicador Ipea de Vendas do Comércio (varejo ampliado) – prévia do resultado da Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE – apontou um avanço de 5,7% na comparação com fevereiro do ano passado, o que também pode exercer influência no PIB.