Muito se tem falado sobre o bitcoin (BTC) e as teorias circunscritas sobre ser ou não um fenômeno de "bolha", já que a moeda passou a valer de US$ 1 mil para US$ 20 mil em apenas um ano. Talvez você já tenha lido muitas notícias sobre o fenômeno e até desejado ter investido na tecnologia, vide o recente episódio envolvendo o rapper 50 Cent, que, por acaso, descobriu que tinha 700 bitcoins esquecidos e, agora, tem milhões de dólares garantidos. Se o assunto das criptomoedas chama a sua atenção, então fique sabendo que há outras no mercado, além da bitcoin, que podem ser "mineradas" por você.
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Para começar, o Brasil Econômico conversou com Marcelo Miranda, CEO da FlowBTC, empresa especialista em criptomoedas , ICOs e consultoria em Blockchain , e questionou qual a diferença prática entre investir em moedas digitais e fazer investimentos tradicionais, como compras de ações e tesouro direto.
“A diferença fundamental está na regulação. Quando falamos em investimentos tradicionais, o risco é menor por se tratar de um mercado já maduro, sujeito às regras estabelecidas pelas entidades reguladoras. Enquanto que, no novo mercado de criptos, além da volatilidade, que é alta, existe um risco regulatório”, aponta.
Sentiu o desafio? Confira algumas das cripmoedas listadas no “Guia de Criptomoedas & ICOs” da FlowBTC, disponíveis para investimento e explore esse "mundo" além do bitcoin.
Ethereum (ETH)
- Lançamento: agosto/2014
- Limite de emissão: não definido
- Em circulação: ~ 96.004.653
Se um dia você fizer transações com o ETH, tenha certeza que o valor será entregue ao destinatário. Isso por que a plataforma é totalmente capaz de executar os contratos inteligentes, sem qualquer possibilidade falha de entrega, censura, fraude ou interferência de terceiros.
Ou seja, caso o usuário da moeda queira programar em longo prazo a movimentação de fundos, sem problemas, tudo será feito assim como foi programado. Pode-se dizer que funciona como um "débito automático", que não pode ser interrompido e que não passa por um intermediário.
Litecoin (LTC)
- Lançamento: outubro/2011
- Limite de emissão: 84 milhões
- Em circulação: ~ 54 milhões
Derivada de uma bifurcação no protocolo do bitcoin, o LTC é, de acordo com o guia, uma criptomoeda de blockchain muito semelhante a anterior. Mas, entre as características que tornam as moedas diferentes está a velocidade de transação, sendo que a mais nova faz 2,5 minutos por bloco, contra 10 minutos do bitcoin. Além disso, o total de mineração da LTC é de 84 milhões, enquanto que a do BTC chega a 21 milhões.
Segundo Miranda, a “escassez” do bitcoin seria a verdadeira razão para a gigantesca valorização da moeda em 2017, e, portanto, não se trataria de uma bolha para a qual muitos especialistas apontam. “Sua valorização nos últimos anos é por causa da escassez, apenas 21 milhões de moedas serão emitidas no total, sendo que 16,8 milhões já foram emitidas. Com a popularização do selo, há mais gente interessada nas moedas digitais”, avalia.
Dash
- Lançamento: janeiro/2014
- Limite de emissão: 18,4 milhões
- Em circulação: ~ 7,7 milhões
O dash é ideal para quem busca privacidade e eficiência na hora das transações, funcionando em um sistema de validação de transferência de dois níveis, em que o primeiro é feito pelos mineradores da criptomoeda e o segundo é feito pelos chamados “masternodes”, que também são os responsáveis pelo PrivateSend, InstantSend e validação da segurança. “Para ser um masternode, é necessário um depósito de 1000 dash, usados como garantia em caso de uma tentativa de fraude”, aponta o guia.
Ficou curioso sobre os outros nomes mencionados? Bom, PrivateSend é o sistema que garante a privacidade do usuário ao fazer a transação, enquanto que o InstantSend é a parte que garante a validação das transações em instantes.
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Dogecoin (DOGE)
- Lançamento: dezembro/2013
- Limite de emissão: ilimitado
- Em circulação: ~ 112 bilhões
Conhece o meme Doge? Se nunca viu, se trata de um simpático cachorrinho da raça Shiba Inu, símbolo dessa criptomoeda. Mas, não pense que a moeda digital traz a ideia de "diversão" à toa. Em meio ao período em que o bitcoin era facilmente relacionado a mercados ilegais na deepweb , a ideia foi desenvolver uma criptomoeda com imagem descontraída para não ocorrer qualquer associação com o BTC.
Assim como o bitcoin, o Doge é muito famoso por alguns crowdfundings monetizados por sua comunidade, e inclusive já arrecadou fundos para a equipe jamaicana de Bobsled para as olimpíadas de inverno.
IOTA (MIOTA)
- Lançamento: junho/2017
- Limite de emissão: 2.779.530.283.277.760
- Em circulação: ~ 2,8 bilhões
Acha o sistema P2P superinovador no que diz respeito às criptomoedas? A IOTA vai além dessa proposta. Desenvolvida com o intuito de ser instalado em dispositivos eletrônicos e também para atender à internet das coisas (IOT), possibilita futuramente a formação de um machine to machine (M2M), em que máquinas inteligentes podem fazer transações entre si.
Diferente do blockchain que precisa de taxas para operar, o sistema Tangle é uma alternativa a esse modo de operações e não exige pagamento para as transações, o que facilita a execução de valores pequenos.
Steemit (STEEM)
- Lançamento: abril/2017
- Limite de emissão: não há
- Em circulação: ~ 246,7 milhões
Gosta de interagir nas redes sociais? Pois bem, a Steemit é uma mídia social que paga seus usuários por interação, seja por comentário ou por postagem sobre qualquer assunto. E é justamente essa lógica que movimenta a rede e agrega valor à criptomoeda.
Mas, para que os seus posts sejam remunerados, é necessário ir até este link , converter os seus STEEMs em outra moeda digital para, depois, vendê-los e, enfim, adquirir o valor em real ou dólar, por exemplo.
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Golem (GNT)
- Lançamento: dezembro/2016
- Limite de emissão: 1.000.000.000
- Em circulação: ~833 Milhões
Para fechar a lista, conheça a Golem, que é um sistema de processamento descentralizado sustentado por uma comunidade colaborativa, em que os participantes são remunerados por disponibilizarem parte da sua capacidade computacional para a rede.
Imagine que o seu computador tem uma ótima capacidade de operação, mas não é totalmente utilizada. Basicamente, a lógica é: você alugaria essa parte ‘extra’ da capacidade, que não usa, e contribuiria com outras pessoas para executarem processos que não seriam possíveis de ser realizados isoladamente.
Gostou das alternativas ao bitcoin apresentadas? É um mercado relativamente novo e, portanto, há "um oceano" de informações interessantes e novas. Pesquise e, quem sabe, se arrisque em investimentos alternativos.