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Quem deseja aplicar no mercado de ações precisa ter um fundo de emergência para evitar prejuízos
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Quem deseja aplicar no mercado de ações precisa ter um fundo de emergência para evitar prejuízos

Com a taxa Selic nas alturas nos últimos anos, mutas pessoas preferiram investir em renda fixa do que tomar risco no mercado de ações. Agora, com os juros básicos da economia em 7%, este cenário pode mudar, segundo o educador financeiro Thiago Nigro.

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“Quando a taxa Selic no Brasil estava mais alta, não parecia haver tanta necessidade em ir para o mercado de ações . Ia quem queria tentar ganhar mais ou quem tinha curiosidade em conhecer. Hoje, isso está mudando um pouquinho, e até mesmo quem tem pouco dinheiro pensa e se vê na obrigação de entrar na bolsa de valores”, diz Nigro.

É claro que esse tipo de investimento exige conhecimento para evitar problemas e perdas substanciais. Pensando nisso, o especialista explica em quatro passos o que você precisa fazer se deseja começar a aplicar em ações. Confira:

1) Fundo de emergência

Segundo o especialista, a grande realidade é que, ao contrário do que muitos fazem parecer, a bolsa de valores não é um paraíso. “Se você ganha R$ 1000 por mês, sobram R$ 100, e você não tem nada guardado para lidar com imprevistos, você não pode investir na bolsa de valores. Esse não é o lugar adequado ao seu dinheiro. Se você fizer isso, o que provavelmente vai acontecer é que você vai precisar do dinheiro, vai ser obrigado a resgatar, e no final você vai liquidar a sua ação num prejuízo”, explica.

Caso você ainda esteja na linha de partida, o primeiro passo é fazer um investimento em renda fixa, com liquidez, para que você comece a constituir um fundo de emergência. “Lembro que, nesse caso, o recomendado é que se tenha o valor dos seus gastos mensais multiplicados por 12 se autônomo, e multiplicados por 6 caso você seja CLT ou funcionário público”, recomenda.

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2) Fundo de ações

Depois de ter constituído um fundo de emergência, ainda é necessário ter calma. "Há ainda uma opção para quem quer mexer em ações: os fundos de ações, uma forma de correr menos risco”, indica Nigro. Nesse processo, o investidor escolhe um fundo de ações de uma corretora e delega o processo decisório para um gestor, que vai administrar a carteira de investimentos.

Para quem tem menos patrimônio, o especialista indica optar por taxas variáveis ao invés das fixas. “Dessa forma, você economiza com as taxas, deixa o dinheiro aplicado e nesse tempo é possível estudar, acompanhar as notícias, o movimento e entender porque o gestor escolheu determinada ação. Além disso, você pode aprender com os relatórios recebidos sobre o seu dinheiro que está aplicado nos fundos de ações”, completa.

3) Índices

Mesmo após ter passado pela experiência com fundos de ações, "Olhe bastante para os fundos de índices. O BOVA11, em especial, é bacana, pois ele tem liquidez e te ajuda, assim como outros fundos de índices, a diversificar o seu investimento, já que a sua composição se dá por mais de 10 ações de empresas diferentes na Bovespa”, argumenta.

4) Investindo propriamente em ações

Passando pelos três passos anteriores e estudando muito bem o mercado neste período, você pode começar a pensar na bolsa de valores como um todo e investir maiores quantidades. “Mas, na minha opinião pessoal, creio que uma pessoa constitui verdadeiramente uma boa carteira de ações quando ela pensa em ser sócio das empresas. Eu não acho que trading (negócios) pode enriquecer e, para mim, conceitos como value investing (estratégia de investimento) são bem mais interessantes do que fazer trading com ações”, reforça Nigro.

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O especialista diz que isso não significa que você não possa começar seguindo o trading, mas ele recomenda comprar ações de boas empresas, que podem crescer, e só depois se abrir a algumas possibilidades de trade. "Tentar viver de trade, para mim, é perda de tempo e dinheiro. Mas, após passar por todo esse período de experiência, quem vai decidir qual o melhor, no fim das contas, é você”, finaliza o especialista em mercado de ações.

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