O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta terça-feira (31) um avanço de 2,6 pontos no Índice de Confiança da Indústria (ICI), em outubro. Com o acréscimo, o índice passou para 95,4 pontos e atingiu o seu maior nível desde abril de 2014, quando marcou 97 pontos.
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“Um sinal de que a retomada de crescimento do setor vem ganhando consistência é a expressiva melhora das avaliações sobre a situação presente nos últimos meses. Os indicadores da pesquisa aproximam-se aos poucos de suas médias históricas, à exceção do nível de utilização da capacidade. Este indicador continua muito baixo e com perspectivas incertas, uma vez que o cenário é de recuperação lenta e sujeita aos riscos do ambiente político”, afirmou a coordenadora da sondagem da indústria do Ibre/ FGV , Tabi Thuler Santos.
Recuperação
Em outubro, o crescimento na confiança do setor foi observado em 10 dos 19 segmentos industriais. O Índice de Situação Atual (ISA) foi apontado como o principal contribuinte, ao subir 4,9 pontos, para 95,5 e abranger 14 dos 19 segmentos. Em relação as expectativas, a evolução foi menos intensa, com alta de 0,3 pontos no Índice de Expectativas (IE), que passou para 95,2 pontos e impactou 7 dos 19 segmentos.
A melhora na percepção acerca da situação atual dos negócios foi a principal influência para a alta do ISA e do ICI neste mês. O indicador alcançou 94,5 pontos, com 7,1 pontos a mais do que setembro – maior alta desde dezembro de 2005, quando cresceu 7,3 pontos. A parcela de empresas que consideram a situação dos negócios como boa aumentou de 10,9% para 14,6%, enquanto as que a consideram fraca recuaram de 29,3% para 21,5%.
O indicador de produção prevista para os três meses seguintes foi destacado como o responsável pela evolução do IE no mês, com mais 2,7 pontos, passando para 96,8 pontos. Houve ainda aumento na proporção de empresas que preveem avanço na produção, indo de 32,8% para 34,6% do total. Já as empresas que estimam diminuição na produção caíram de 20,8% para 17,6%.
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O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) também apresentou alta de 0,4 ponto percentual na transição de setembro e outubro, ao passar para 74,3%. Entretanto, mesmo com o avanço mensal, o NUCI inicia o quarto trimestre com somente 0,1 ponto percentual acima da média, frente ao trimestre anterior, de 74,2%.
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Confiança de serviços
Outro resultado divulgado nesta terça-feira (31) foi o do Índice de Confiança de Serviços (ICS), que cresceu 2,2 pontos, alcançando 87,8 pontos e seu maior nível desde outubro de 2014.
A elevação da confiança se estendeu em 9 das 13 principais atividades avaliadas, sendo a melhora na situação atual e nas expectativas para os meses seguintes os principais impactos para o bom desempenho. O Índice da Situação Atual (ISA-S) subiu 2,3 pontos e o Índice de Expectativas (IE-S), 2,1 pontos.
A maior contribuição para o crescimento do ISA-S em outubro partiu do indicador que avalia a situação atual dos negócios, com 2,4 pontos a mais. O comportamento do indicador de tendência dos negócios para os seis meses seguintes foi o principal contribuinte para a variação positiva do IE-S, com alta de 4,3 pontos, para 96,2 pontos - maior nível desde abril de 2014.
A melhora significativa dos indicadores da sondagem de serviços no início do último trimestre deste ano refletiu na trajetória de um indicador de desconforto do setor de serviços, que foi criado a partir da soma das proporções de empresas que evidenciaram fatores limitativos à evolução do ambiente de negócios associados a períodos de baixa atividade ou recessão.
A FGV também informou o rompimento da marca de 100 pontos no Indicador de Tendência do Emprego no Setor para os próximos meses, que ficou em 101,3 pontos pela primeira vez em 34 meses. O dado mostra que as empresas que planejam contratações aumentaram no período, indo de 14,5% para 16,5%.
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