O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta quinta-feira (26) um avanço de 0,5 ponto no Índice de Confiança da Construção (ICST), em outubro e na série com ajuste sazonal. Com atuais 78 pontos, o índice atingiu o seu maior nível desde 2015, quando marcou 80,8 pontos.
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“A quinta alta consecutiva do ICST fortalece a percepção de retomada dos investimentos em construção. No entanto, ainda são as expectativas que impulsionam o aumento da confiança, já que a situação presente manteve-se estável no mês. Da mesma forma, os indicadores de atividade da construção refletem um avanço muito tímido, como, por exemplo, a alta do emprego captada pelo Caged nos três últimos meses. Como o ciclo produtivo do setor é bastante longo, isto implica também um movimento mais demorado de recuperação.”, afirmou a coordenadora de projetos da construção do Ibre/ FGV , Ana Maria Castelo.
O crescimento do ICST neste mês se deu pela melhora nas expectativas acerca do futuro próximo, dado comprovado pelo Índice de Expectativas (IE-CST), que variou 1 ponto, alcançando 90,2 pontos, sua quinta alta seguida e também o seu maior nível desde agosto de 2014, de 90,4 pontos.
Os dois quesitos que integram esse subíndice também acresceram, com destaque para o indicador que projeta a tendência para a demanda nos próximos três meses, que aumentou 1,3 ponto, passando para 90,3 pontos - maior nível desde agosto de 2014, quando marcou 90,7.
Influências
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) foi outro contribuinte para a alta na confiança, uma vez que apresentou estabilidade, com 66,2 pontos. Os indicadores que o compõem – situação dos negócios correntes e carteira de contratos - apresentaram a mesma variação de 0,4 ponto, mas em sentidos contrários.
Depois de três meses consecutivos de avanços, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) do setor retraiu 0,2 ponto percentual, ao passar para 65,4%. Em outubro, vale mencionar os movimentos opostos observados no NUCI de mão de obra e no de máquinas e equipamentos. O primeiro baixou 0,3 ponto percentual e o segundo subiu 0,8 ponto percentual.
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O acréscimo de 2,3 pontos no segmento de edificações foi apontado como o principal contribuinte para o resultado positivo do ICST, ao atingir 75,4 pontos, também seu maior nível desde junho de 2015, de 75,6 pontos.
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“O aumento da confiança dos empresários do segmento reflete uma conjuntura mais favorável dada pela queda da inflação e da taxa de juros, que tem se traduzido no aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos meses. A pesquisa de mercado das grandes incorporadoras do país (Abrainc) revela que essa dinâmica vem sendo comandada pelo segmento de habitação social, alavancado pelo Programa Minha Casa Minha Vida”, completou Ana.
Custo da Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) foi outro a registrar uma variação positiva no mês, com 0,19%. O resultado se mostrou maior do que o de 0,14% obtido em setembro. Já no índice relativo a materiais, equipamentos e serviços a alta foi de 0,44%, frente a 0,37% do mês anterior. Já o índice referente à mão de obra variou negativamente em 0,01%.
No grupo materiais, equipamentos e serviços, o índice referente a materiais e equipamentos ficou em 0,54%, frente à taxa de 0,42% de setembro. Dos quatro subgrupos componentes, dois registraram aumento em suas taxas de variação, principalmente materiais para estrutura, que passou de 0,56% para 0,92%.
A taxa referente a serviços passou de 0,17%, em setembro, para 0,08%, em outubro. Neste grupo, houve uma queda no ritmo de refeição pronta no local de trabalho, indo 0,47% para um recuo de 0,17%.
Mão de obra
A FGV ainda expôs que o índice referente à mão de obra variou -0,01%, ante a -0,04% do nono mês do ano, com impacto dos ajustes nos níveis salariais de determinadas ocupações. Assim, Rio de Janeiro e São Paulo tiveram taxas positivas. Por outro lado, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre, retraíram.
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