O Instituto Nacional de Geografia Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (18) que o número de trabalhadores ocupados em empresas de grande porte – mais de 50 colaboradores – teve baixa de 29% na comparação com 2015.
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Os dados referentes ao primeiro módulo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua ( Pnad Contínua 2012-2016) – Características Adicionais do Mercado de Trabalho, apurou que com os empreendimentos de pequeno porte – com até cinco funcionários – o percentual de pessoas que trabalhavam neles teve alta, pois passou de 48,1% para 50,1% entre os anos de 2015 e 2016, informou o IBGE .
No levantamento, a Pnad Contínua aponta que 26% da população ocupada, que inclui empregadores, colaboradores por conta própria e empregados – com exceção do setor público e trabalhadores domésticos – exercia atividades em empreendimentos de grande porte no ano de 2016.
Se em 2012, cerca de 72,4 milhões de pessoas faziam parte desse grupo, em 2015, a soma foi para 75 milhões, sendo que posteriormente, no último ano de apuração, a taxa caiu para 73,7 milhões.
De acordo com a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, a queda da participação de trabalhadores nas empresas de grande porte refletiu nos empreendimentos menores, uma vez que foram eles os responsáveis por abrigar boa parte dessa mão de obra .
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Objetivo
A publicação deste mês vem acompanhada de dados estruturais do mercado de trabalho entre o período de 2012 e 2016, e não apenas os conjunturais, que são divulgados mensalmente.
“O objetivo desse primeiro módulo é justamente investigar algumas características que têm o perfil mais estrutural e menos conjuntural do mercado de trabalho do País, como os indicadores associados à filiação a sindicato, turno de trabalho, cooperativas de trabalho ou produção, registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o tamanho do empreendimento”, avalia Adriana Beringuy.
Região
O Norte e o Nordeste são as regiões que mais têm pessoas ocupadas em empreendimentos de pequeno porte – com exceção do setor público e trabalhadores domésticos. Nos quatro anos de estudo, as taxas respectivas são de 68% e 61,7%.
Logo em seguida no ranking veio o Centro-Oeste, com 51%. O Sul e o Sudeste com respectivos 47,1% e 42,1%. Já em relação à ocupação – excluídos empregados do setor público e trabalhadores domésticos – nas empresas de grande porte, o Sudeste foi a Região destaque, com 31,8% do total. O menor índice, por outro lado, é do Norte, que bateu a marca de 14,7%.
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Segundo o IBGE, a realidade é que houve retrocesso do percentual ocupado nestas grandes empresas em todo o País, principalmente no Norte, que obteve recuo de 29,3%.
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Formalização
Se em 2012, cerca de 14,9% dos trabalhadores por conta própria e 75,6% dos empregadores estavam exercendo as atividades em empreendimentos registrados no CNPJ, quatro anos depois, as taxas subiram respectivamente para 18,9% e 82%. O que mostra um crescimento da busca pela formalização.
A Pnad Contínua revela que a formalização profissional é maior entre as mulheres. A comparação por sexo de 2016 aponta que 20,3% delas trabalharam por conta própria em empreendimentos com CNPJ, ante 18,2% dos homens.
Quando se trata de empregadoras formalizadas, a porcentagem das mulheres sobre para 86,1%, ao mesmo tempo em que os homens correspondiam a 80,2%. Ainda no mesmo ano, o índice de empregadoras ou trabalhadoras por conta que tinham registro no CNPJ era de 30%, enquanto que o mesmo percentual para os homens era de 28,4%.
Vale destacar que todas as Grandes Regiões tiveram um aumento do registro no CNPJ em 2016. E foi o Nordeste que apresentou o crescimento mais impactante nos quatro anos de apuração, com alta de 33,1%. Sudeste veio logo em seguida, com variação positiva de 21,1%. E o Norte teve o crescimento menos intenso do indicador, com tímidos 3,3%.
A formalização é vista com positividade pela Adriana Beringuy, pois ela facilita o acesso desses trabalhadores por conta própria a um prestador de serviço com direito de emissão de nota fiscal, além da própria contabilidade.
Sindicatos
A Pnad Contínua constatou que o ano de 2016 foi marcado por ter o menor percentual da série de pessoas ocupadas ou que estiveram ocupadas associadas a algum sindicato, com a marca de 12,1%, frente aos 13,6%, de 2012.
Embora houve queda maior na sindicalização entre homens do que mulheres, com respectivas baixas de 15,3% e 11,9%, são eles que tinham a maior representatividade nos sindicatos em 2016, de 13,1%, ante 11,2% de mulheres sindicalizadas. Segundo o Instituto, entre os anos de 2012 e 2016 houve redução da participação da sindicalização em todas as Grandes Regiões do País.
Cooperativas
O período também foi responsável pelo recuo no índice de associados às cooperativas, que passou de 6,4% em 2012 para 5,9% no ano de 2016.
Segundo o IBGE, a associação às cooperativas de trabalho ou produção é maior entre os homens, entretanto, essa diferença entre os sexos reduziu de 2,7 pontos percentuais (p.p) em 2012 para 1,7 p.p em 2016. Proporcionalmente, isso significa que enquanto 6,4% dos homens – empregadores ou trabalhadores por conta – estavam em cooperativas, as mulheres compunham 4,7%.
*Com informações da Agência Brasil