Veja como Poliana Ferraz transformou a decepção profissional em negócio
Grupo liderado por ela fatura R$ 30 milhões buscando oportunidades de estágios; mais de 500 mil estudantes são agenciados pela sua empresa
Por Denise Kanda | - Brasil Econômico |
O dia 5 de outubro é marcado por muitas efemérides. Nesta quinta-feira (5) a Constituição Federal completa 29 anos de promulgação, e para os amantes do mundo dos negócios – caracterizado por ser repleto de competição, inovação e persistência –, hoje também é o Dia do Empreendedor . Quem nunca imaginou ter um negócio só seu? Seja quando criança, nas brincadeiras de vendinha ou num leve momento de distração da vida adulta.
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Idealizações de negócios à parte, você já esteve em um trabalho em que não se sentiu satisfeito profissionalmente? Sem possibilidade de grandes aprendizados ou totalmente avulso do que você esperava? Bom, foi nesse contexto que a capixaba Poliana Ferraz, de 33 anos, encontrou inspiração para o seu negócio, a Super Estágios.
A empresa, responsável por gerenciar as relações de estágio , na esfera do estudante, da faculdade e da empresa contratante, surgiu após Poliana se decepcionar com o próprio estágio. “Eu fazia Direito, mas mesmo assim só trabalhava tirando xerox e atendendo telefone no estágio. Identifiquei na minha frustração uma oportunidade de negócio”, relembra.
Na época, meados de 2008, Poliana era estudante de Direito e estava vivenciando o debate da nova Lei de Estágio, em que as empresas precisariam cuidar da parte legal das relações de estágio. No ano seguinte já colocou o insight em prática, indo além da parte burocrática. Poliana procurou o contato de um colega da área de T.I para criar o site que, mais tarde, faria a divulgação e o acompanhamento dos estudantes.
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Empreendedorismo
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A página foi desenvolvida e os estudantes cadastraram os primeiros currículos. “Inicialmente era algo totalmente manual, feito em uma sala pequena e com móveis emprestados. Depois, conforme as demandas e os clientes foram crescendo, o site e o sistema melhoraram ao ponto de termos em mãos um modelo rápido e completo para atender todos os tipos de empresas, possibilitando que elas contratassem e controlassem as informações dos estagiários”.
Além da agilidade, Poliana também se lembra de que em 2009, o cenário econômico era muito positivo no País, e que a concorrência também não era grande.
Apesar da atual situação de crise, a empresária confessa que a Super Estágios não teve impacto com a recessão econômica vivida pelo País. Mas por quê? Poliana avalia que ao mesmo tempo em que ocorrem muitas demissões nas empresas, a manutenção da qualidade dos serviços, produção e atendimento procuraram ser mantidos, e que por isso, diversas companhias têm contado com um número maior de estagiários para compor as equipes, o que acabou favorecendo o negócio de Poliana.
Mas driblar – até certo ponto – a crise não é sinônimo de imunidade às dificuldades nos negócios. A empresária alega que foi muito difícil encontrar profissionais especializados no ramo do estágio, ao ponto de inibir a implementação do negócio.
O custo de tornar a empresa realidade, as altas taxas de imposto e a burocracia também foram elementos difíceis de ser superados. “Você precisa ter muita organização para acabar não se perdendo com impostos e outras obrigações”, disse Poliana Ferraz, ao enfatizar ainda que coragem foi essencial para o negócio dar certo.
A empreendedora considera que a criação familiar foi essencial para o sucesso de sua vida profissional e nos negócios, uma vez que sempre pôde contar com o apoio dos pais em meio ao princípio de fazer a diferença na vida das pessoas. “Eles estão sempre ao meu lado para o que der e vier. Isso é muito importante na vida de um empreendedor, pois acabamos enfrentando muitos desafios ao longo da carreira”. E talvez esse seja o segredo por trás da empresária que confessa nunca ter pensado em desistir da sua ideia, que, aliás, foi a primeira.
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