Mercado empresarial: 5 mil empresas fecharam entre 2014 e 2015, diz IBGE
Das 733,6 mil empresas que nasceram em 2010, apenas 37,8% sobreviveram até 2015; comércio está entre os setores com as menores taxas do quesito
Por Brasil Econômico |
Nesta quarta-feira (4), o Instituto Nacional de Geografia e Estatística ( IBGE
) divulgou a pesquisa Demografia das Empresas referente ao ano de 2015. Segundo o balanço, o saldo de companhias – diferença entre entradas e saídas – ficou no negativo, com o decréscimo de 5 mil empresas. A pesquisa sobre o mercado empresarial ainda destaca que o pessoal ocupado assalariado caiu 4,5%, o que equivale a 1,6 milhões de postos a menos.
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O IBGE denomina “taxa de saída das empresas”, para a relação entre o número de companhias que fecharam e o total presente no mercado empresarial
. Neste aspecto, houve queda de cinco pontos percentuais na comparação entre 2015 e 2014, já que a variação passou de 20,7% – maior valor da série iniciada em 2008 – para 15,7%. Ainda assim, o saldo no total de empresas ficou negativo pela segunda vez seguida, o que resultou em um recuo de 0,1% no número de empreendedorismos, cerca de 5 mil a menos.
Neste indicador todas as atividades apresentaram queda, sendo o setor de comunicação e construção as atividades com os recuos mais intensos, com respectivamente 21,1% e 19,7%. Já as menores foram em saúde humana e serviços sociais, com 9,9%, educação e indústria da transformação com variações respectivas de 12,8% e 13,3%.
Já a “taxa de entrada”, utilizada para definir a relação entre o número de negócios que entraram para o mercado e o total, também obteve queda de um ano para outro. Das 18 seções de atividade econômicas apuradas, 12 apresentaram recuo no indicador, o que contribuiu para a passagem de 15,9% para 15,6%, em 2015 quando 708,6 mil empresas entraram no mercado brasileiro. A apuração revela que esta é a sexta queda consecutiva no índice, e é responsável pelo menor valor desde o início da série.
As maiores taxas foram observadas nas atividades imobiliárias e eletricidade e gás, com variações respectivas de 22,3% e 22,2%. Já as menores foram da indústria de transformação; e comércio, reparação de veículos e automotores e motocicletas, com 21,5% e 11,4%, nesta ordem.
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Pessoal assalariado
Na comparação entre 2014 e 2015, o total de pessoal assalariado caiu 4,5%, o que equivale a 1,6 milhão de pessoas a menos, apesar da queda da taxa de saída das empresas. A baixa foi a primeira registrada desde o início da série em 2008, e a razão são os movimentos de entrada e saída de empresas em 2015.
Vale destacar que, mais de 30% dos novos empregos gerados foram do setor do comércio, que concentrou 239,5 mil das 777,8 mil ocupações assalariadas das empresas. Reparação de veículos automotores e motocicletas foi o destaque com 97,7 mil das ocupações, o que equivale a 12,6% do total e construção e alojamento com 93,9 mil.
O mais curioso é que o setor de comércio também foi a atividade que obteve as maiores perdas em pessoal ocupado assalariado, de acordo com o IBGE, uma vez que dos 492,2 mil assalariados das empresas que saíram, 28,1% estavam no ramo varejista.
Entretanto, a atividade também teve ganho absoluto no pessoal ocupado assalariado, com saldo positivo de 101,1 mil pessoas. Entre as razões, pode-se citar que o comércio representa 44% do total de empresas do País, e também foi o destaque no quesito número absoluto de empresas que entraram, saíram e sobreviveram com números respectivos de 276 mil, 311, 5 mil e 1,7 milhões.
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Novidade
O Instituto Nacional de Geografia e Estatística neste ano analisou a mobilidade das empresas sobreviventes por porte, e foi a maior da série já apurada, uma vez que registrou o valor de 84,4%, o que equivale a 3,8% milhões de empresas que mantiveram as atividades de 2014 para 2015. Foi constatado também o crescimento de participação na faixa de zero pessoas ocupadas, de 34,5% para 40,2%, o que significa um acrescimento de 5,5 pontos percentuais.
O IBGE ainda aponta que o total de 49% na faixa de um a 10 pessoas ocupadas era resultado dos 43,4% de empresas que já estavam nessa faixa em 2014 somando a 3,9% de empresas que cresceram e saíram da faixa de zero pessoas em 2015.
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Sobrevivência
Das 733,6 mil empresas que nasceram em 2010, apenas 37,8% delas sobreviveram até 2015. E o comércio está entre os setores que apresentaram as taxas mais baixas nesse quesito, de 36,1%, ou seja, abaixo da média geral.
Foi identificada uma relação direta com o porte. O IBGE detectou que as companhias com maior número de pessoas ocupadas tendem a ter maior durabilidade no mercado empresarial. A sobrevivência foi de 31,3% das empresas sem pessoal ocupado assalariado. A taxa sobe para 57,8% quando se trata da faixa de um para nove pessoas, e se eleva ainda mais quando há 10 ou mais colaboradores ocupados, com 67,1%.
Em relação às categorias, quem apresenta maior taxa de sobrevivência foram: saúde humana e serviços sociais; e atividades imobiliárias, com respectivos saldos de 54,8% e 50,8%.
Sobrevivência regional
De acordo com o Instituto Nacional de Geografia e Estatística, as 4,6 milhões de empresas ativas, em 2015, tinham 5 milhões de unidades locais ativas, sendo que 50,5% estavam localizadas no Sudeste. A região também se destaca no índice de taxa de sobrevivência, com 85,9%, que é acima da média nacional de 84,4%.
O Sul vem logo em seguida com a representação das empresas ativas, com o índice de 22,3% e também na taxa de sobrevivência de 84,9%, também acima da média. Nordeste, Centro-Oeste e Norte vieram depois no ranking de empresas ativas com respectivamente 15,3%, 8,2% e 3,6%.
Em relação aos percentuais de pessoas assalariadas e criação de novas empresas no mercado, o Sudeste representou 48,1% do total. E o Nordeste veio em seguida com 21,2%.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados destaque de pessoal assalariado no mercado empresarial, com saldos respectivos de 28,6%, 9% e 8,8%. Já as menores participações das unidades da federação foram identificadas em Roraima, com 0,2%; Amapá, com um ponto percentual a mais e o Acre, com 0,4%.