Após a prisão dos irmãos Wesley e Joesley Batista, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem travado uma guerra com os acionistas da JBS. Na segunda-feira (18) o presidente do banco, Rabello de Castro, enviou um comunicado ao mercado pedindo que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de um parecer quanto a escolha de José Batista Sobrinho, fundador da JBS, como novo presidente executivo.
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O executivo do BNDES pede que a área jurídica da CVM ou à Câmara Arbitral se posicionem sobre o novo escolhido para presidir a JBS, após a prisão do então presidente executivo, Wesley Batista.
“A CVM é quem pode arbitrar. É preciso que a CVM se manifeste, com uma decisão regulatória, no sentindo de esclarecer a aplicação da Lei 6.404/76 [Lei das Sociedades Anônimas]”, disse Castro. “Nós queremos, exigimos e vamos conseguir melhor a governança nessa companhia, porque existe dinheiro do Brasil e de todos os brasileiros nela”.
Governança
Castro enfatizou que o pedido de posicionamento não coloca em questão o voto da conselheira escolhida pelo banco para participar da reunião do conselho da JBS, ocorrida de no sábado (16). O questionamento refere-se à pressa na escolha do sucessor, que segundo o BNDES pode ter levado a mais um erro por parte da empresa.
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“Essa reunião foi feita fora de um dia útil [em um sábado à noite], foi revestida de todos os detalhes de excepcionalidade”, disse Castro. Na sua avaliação, as ações dos controladores revelam evidências do “conflito de interesses” apontado pelo banco anteriormente junto à CVM e ao Judiciário.
O banco cobra que a JBS apure as responsabilidades por prejuízos causados à empresa por administradores, ex-administradores e controladores envolvidos em atos ilícitos recentes e por eles já confessados, ao mesmo tempo em que defende a boa governança na empresa, por meio da profissionalização da gestão, além da reformulação da diretoria executiva e do conselho de administração.
A preocupação, enfatizou Rabello de Castro, é com os investimentos feitos na JBS, com os empregos e repercussões negativas no mercado pecuário. “O que nós queremos na JBS é a boa governança, assim como exigimos de todas as empresas em que o BNDES tem participação acionária. Essa é a condição básica para receber apoio financeiro do banco. A JBS está descumprindo uma obrigação nessa relação, que é ter uma governança impecável”, disse o presidente do BNDES.
*Com informações da Agência Brasil
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