De acordo com o levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a inadimplência atingiu 59,4 milhões de pessoas no Brasil. O número alarmante, fortemente relacionado com o momento de crise e instabilidade econômica do País, também está ligado a outros fatores considerados determinantes e que muitas vezes passam despercebidos pelos trabalhadores.
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Pensando nisso e em como ajudar o consumidor a se prevenir da inadimplência , o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Renato Domingos, listou as sete principais causas que levam as pessoas a adquirem dívidas.
1- Falta de educação financeira
Sem a educação financeira, as pessoas acabam não tendo acesso a importância do dinheiro e de como utilizá-lo de forma correta, conduzindo-as assim a lista de inadimplentes. Isso ocorre com a maior parte da população, já que nem a escola e nem os pais ensinam as crianças e os adolescentes, o que os fazem crescer sem uma noção de controle financeiro dentro de uma sociedade de consumo.
Uma opção para sair desta situação é buscar cursos e livros sobre o tema. Vale lembrar que ensinar as crianças de forma lúdica pode ser um método viável para que se interessem pelo assunto. Além disso, a inserção deste nas escolas também torna-se fundamental.
2- Falta de planejamento
Se utilizando de um controle financeiro superficial, os consumidores não conseguem detectar onde o dinheiro foi parar no fim do mês. Reflexo da falta de educação financeira, pensar que o descontrole está em grandes gastos também é um pensamento comum.
Para evitar que isso ocorra, o ideal é desenvolver um método onde todos os gastos diários possam ser registrados. Conhecido como apontamento, esse mecanismo pode ser feito em cadernetas ou em uma planilha mensal por três meses, para que o trabalhador conheça os verdadeiros custos do seu cotidiano.
3- Marketing e publicidade
A suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que os consumidores comprem o que não precisam. Influenciados por ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho, as pessoas passam a adquirir produtos e serviços de maneira irresponsável. Devido as mensagens e aos estímulos excessivos de consumo, passam a acreditar que parte do que é oferecido é necessário.
O caminho para evitar esse problema é se atentar para não comprar por impulso. É extremamente importante questionar se realmente precisa desse produto, qual a função que terá em sua vida, etc. Outro ponto interessante é deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre a necessidade do item em questão.
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4- Crédito fácil
Opções de crédito fácil, como empréstimos, crediários, financiamentos, limite de cheque especial ou pagar o mínimo de cartão de crédito são formas de endividamento. O mercado oferece uma grande variedade de produtos de fácil acesso, entretanto, com juros abusivos que fazem com que o número de inadimplentes aumente.
Com isso, a solução está em evitar esses meios. No caso de cartão de crédito, o recomendável é ter somente um e, em caso de descontrole, optar por não utilizá-lo mais. Não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários também são possibilidades para não endividar-se.
5- Parcelamentos
Lembre-se: parcelar compras é também uma maneira de se endividar. Para piorar, o consumidor muitas vezes esquece de contabilizar esses valores no orçamento, o que pode acabar comprometendo as finanças. Sendo o parcelamento uma forma de crédito, é necessário que o trabalhador tenha em mente que está usando um dinheiro que não possui para a aquisição de um determinado produto.
Caso o parcelamento seja fundamental, é aconselhável que o consumidor insira o valor em seu orçamento mensal, separando uma quantia de seus rendimentos para o pagamento da dívida. Ter uma poupança paralela, para casos de emergência também é uma opção para arcar com esses valores.
6- Pensar apenas no presente
Não ter um intuito para o dinheiro pode causar endividamento. Se a pessoa não determinar um destino para a quantia, pode ser que gaste-a impulsivamente. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de se planejarem para ações futuras, pensando apenas no presente.
Para sair desta situação, é recomendável fazer um exercício simples de reflexão: pense quais são os seus sonhos e o que almeja para o futuro. Tendo isso estabelecido, cote os valores e determine parte de seu dinheiro, quando recebê-lo para esse fim. Desse modo, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e do crédito fácil.
7- Necessidade de status social
A crença de que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas consumam sem ter condições, o que consequentemente as leva a inadimplência. O ato falho, onde comprar supre dificuldades de relacionamento interpessoal, pode ser reduzido com o estabelecimento de objetivos que evidenciem que o consumo não é importante para a interação social.
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