Tecnologia de computação imita cérebro humano e apaga memórias
Através dessas ferramentas, os pesquisadores estão moldando problemas reias na computação neuromórfica, como o esquecimento catastrófico; veja
Por Brasil Econômico | (*) |
Pesquisadores da Universidade de Purdue desenvolveram uma nova tecnologia de computação intitulada“Organismos”, que imita a maneira como os seres humanos pensam. A inovação permite apagar memórias consideradas menos importantes, armazenando mais informações críticas por meio de materiais quânticos.
Leia também: Nova recorde: Bitcoin volta a se superar e ultrapassa a marca dos US$ 4 mil
Com a nova tecnologia de computação , é possível esquecer informações menos importantes e manter as com maior relevância. Entretanto, influencia na aprendizagem ao longo da vida, ao eliminar tais memórias.
"Eu aprendo devagar, e continuo esquecendo outras coisas ao longo do caminho, então há uma degradação na minha precisão de detectar coisas antigas", afirma Edward G. Tiedemann Jr., da Universidade de Purdue. Já o professor de engenharia elétrica e informática, Kaushik Roy, expôs ao portal Phys.Org, que a intenção é imitar esse comportamento do cérebro humano para criar computadores que não só aprendam novas informações, como também esqueçam-nas.
Aprendizagem neural
Uma espécie de “material quântico” da cerâmica, chamado niquelato de samário, foi apontado como essencial para a criação dos dispositivos de uso interno para essa tecnologia. "Esses dispositivos possuem certas características dos seres vivos e nos permitem avançar com novos algoritmos de aprendizagem que imitam alguns aspectos do cérebro humano. Os resultados têm implicações de longo alcance para os campos de materiais quânticos, bem como para a computação inspirada no cérebro", explica Roy.
Você viu?
Leia também: Vendeu e não tem como entregar? Aplicativo ajuda a resolver questões logísticas
Quando exposto ao gás hidrogênio, o niquelato de samário sofre uma grande mudança de resistência, o que transforma os átomos de hidrogênio em uma rede de cristal. O material essencialmente "respira", expandindo e contraindo o modo como o hidrogênio é adicionado e removido. Esta mudança de resistência é um efeito mecânico quântico incomum, e sua decadência de conduta gradual é semelhante ao comportamento de habituação em animais. Por conta disso, os pesquisadores descrevem a maneira como esses materiais se comportam como análogas ao refluxo e fluxo de memória referente a retenção de informação nos cérebros.
"Isso é realmente importante por ser um dos primeiros exemplos a usar materiais quânticos para resolver diretamente um grande problema na aprendizagem neural. O resultado é o seu "modelo de aprendizagem neural" e plasticidade sináptica adaptativa”, afirma.
Através dessas ferramentas, os pesquisadores estão moldando problemas reias na computação neuromórfica , como o esquecimento catastrófico. As aplicações podem ser vistas em AI, com a capacidade de melhorar o reconhecimento facial, a tomada de decisões complexas e o raciocínio. A tecnologia de computação também pode ser efetiva no campo nascente dos spintronics, substituindo o sistema binário de uns e zeros de sistemas tradicionais pelo "spin state" dos elétrons. Além disso, podem criar circuitos que imitam o cérebro humano, com design e componentes mais compactos, utilizando apenas um dispositivo espelhado.
*Com tradução do Futurism.com
Leia também: Conheça cinco tecnologias futuristas que mudarão a vida dos humanos