No momento em que o País tem 13 milhões de pessoas em situação de desemprego, conforme dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se diferenciar perante os demais candidatos que disputam uma vaga de emprego faz toda a diferença, não é mesmo? Logo, ter um currículo impecável e uma carta de apresentação a altura podem se tornar fator determinante para um recrutador.
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Pensando nesse cenário instável e de amplo desemprego , a gerente de gestão de pessoas da Crowe Horwath, Rosana Daniele Marques, listou algumas dicas para que você aproveite ao máximo as oportunidades de vagas:
1. Currículo (CV)
De forma resumida, o candidato deve citar seu objetivo, formação acadêmica, experiência profissional, que inclui uma breve descrição das atividades exercidas, além dos idiomas e cursos estudados ao longo da experiência.
Está em busca do seu primeiro emprego? Se a resposta é sim, para quem está adentrando o mercado profissional e não tem muitas vivências profissionais, não há problema nenhum em ressaltar as experiências da faculdade, dos estágios, dos trabalhos voluntários e as aptidões.
Facilitar a comunicação da empresa também faz parte do papel do candidato no currículo . Com isso, informações básicas como nome completo, endereço, idade, estado civil, telefone e e-mail devem estar no documento que nada mais é do que uma apresentação sucinta.
A especialista ressalta que, atualmente, muitas pessoas têm colocado o LinkedIn no currículo, o que acaba facilitando e muito a comunicação e a interação entre as partes envolvidas. Caso surja a dúvida de colocar ou não uma foto, Rosana Marques aconselha que se faça isso apenas se for uma exigência da empresa na divulgação da vaga. E que, neste caso, deve ser no formato 3x4, com boa qualidade e postura profissional.
2. Carta de apresentação
Embora a carta de apresentação seja considerada irrelevante para muitas empresas, para outras companhias o recurso faz diferença na hora de selecionar quem será chamado à entrevista. Para minimizar as dúvidas, a especialista contou para o Brasil Econômico como essa ferramenta pode ser utilizada ao seu favor.
Primeiramente, entenda a carta de apresentação como um canal de marketing. Logo, coloque apenas elementos favoráveis ao cargo que pretende ocupar, dados esses que podem fazer diferença para empresa na qual você deseja ingressar.
A especialista recomenda que o arquivo tenha no máximo três ou quatro parágrafos, que devem ser preenchidos com maiores detalhes (não muitos, pois se trata de uma apresentação) sobre sua graduação, tempo de experiência na área, além de seus conhecimentos específicos.
Em relação à formatação, o ideal é que tanto a carta de apresentação quanto o currículo tenham fonte Arial ou Times New Roman no tamanho 12.
Vale destacar que a carta deve ser iniciada direcionando-se à pessoa ou departamento que você queira comunicar, tudo de modo formal e objetivo. Assinar a carta no final também é uma boa formalidade.
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3. Entrevista pessoal
Por via das dúvidas opte sempre por se vestir de maneira formal. “Mulheres, tomem cuidado para não carregar na maquiagem, e para os homens o cabelo e a barba devem estar em dia”, detalha Rosana Marques.
Mas antes de bater o martelo e sair colocando a camisa social, pesquise o máximo possível sobre a empresa. No site de muitas companhias já dá para perceber o grau de formalidade e a atmosfera da companhia.
Ao chegar lá, a empatia e a sinceridade são elementos que podem ajudar e muito na entrevista olho no olho. “Lembre-se de que é o momento em que você também irá tirar todas as dúvidas sobre o que a companhia espera deste profissional a ser contratado, e de entender mais sobre a cultura da empresa”, aconselha.
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4. Erros comuns cometidos
Tanto o currículo quanto a carta de apresentação são documentos que podem resultar – ou não – na entrevista. Por conta disso, um erro bobo de português ou de digitação pode arruinar uma oportunidade, como a especialista em RH do VAGAS.com, Viviane Cândido, já contou ao Brasil Econômico. O contratante não está preocupado em apurar se foi uma falta de atenção do candidato ou um erro de português. E a imprecisão pode dizer muitas coisas sobre a pessoa, que ela, por exemplo, nesse caso, é desatenta.
Com isso, Rosana Marques, aconselha que o candidato peça ajuda a um amigo ou conhecido para ajudar nessas revisões de gramática, afinal de contas ninguém merece perder uma oportunidade – ainda mais de emprego - por uma falha dessas, não é mesmo?
Colocar aspectos negativos no CV ou na carta é algo que não deve ser feito, uma vez que não gera nenhum estímulo para te chamarem a uma entrevista pessoal. Rosana revela que é muito comum os candidatos se atrasarem para a entrevista e não avisarem sequer que houve um imprevisto. “Este ponto já demonstra falta de comprometimento e educação, e conta como ponto negativo ao candidato”.
Outra coisa que desanima os contratantes é quando o discurso do candidato é incoerente ou vago demais, isso mostra que a pessoa não tem domínio sobre sua própria história ou sobre o que tem domínio, ou seja, fica escancarada a falta de preparo.
Quando se pergunta a pretensão salarial também é comum que haja uma resposta de supervalorização salarial. A especialista revela que normalmente, as empresas buscam um profissional que queira trabalhar e ser reconhecido por esse trabalho bem feito, e não de imediato colocar a questão de remuneração como propósito, visto que é preciso ponderar os desafios e a ascensão profissional.
Anotou todas as dicas da gerente de gestão de pessoas da Crowe Horwath, Rosana Daniele Marques que podem te ajudar a sair do indicador de desemprego? Agora, mais do que nunca é a hora de colocá-las em prática. Prepare um currículo novinho e aquela carta de apresentação – vai que precisa dela, não é? – e vá atrás daquela oportunidade que está a sua espera.