Cade rejeita compra da distribuidora Ale pela rede Ipiranga
A rejeição foi por unanimidade. Conselho chegou a pedir a venda de ativos da Ale em 12 estados, mas empresas rejeitaram a proposta; entenda o caso aqui
Por Brasil Econômico |
Foi rejeitada por unanimidade a compra da distribuidora de combustível Ale pela Ipiranga pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), nesta quarta-feira (2). Para que o Conselho aprovasse a aquisição foram exigidas algumas condições, porém as empresas não aceitaram e tiveram o negócio negado.
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O relator do processo, conselheiro João Paulo de Resende, solicitou às empresas que fossem vendidas todos os postos da rede Ale em 12 estados. As empresas negaram essa proposta e fizeram uma nova, que não foi aceita pelo Cade nem divulgada pelo mesmo.
A venda dos ativos em 12 estados, segundo o Cade, seria necessária, pois a fusão entre as marcas Ale e Ipiranga nos locais seria problemática no entendimento do relator. As operações mencionadas representam 65% do ativo da Ale.
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No começo do ano, em fevereiro, relatório da Superintendência-Geral do Cade informou que a junção das empresas poderia resultar na elevação dos preços dos combustíveis, tanto na distribuição quanto na revenda. Esse aumento seria ocasionado pelo aumento de poder da marca Ipiranga, subsidiária do grupo Ultrapar, além da atuação das duas marcas de forma coordenada no setor, que poderia configurar monopólio do mercado.
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Vale ressaltar que a Ale possui uma rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência , enquanto a Ipiranga detém mais de 7 mil postos e quase duas mil lojas.
Com a compra da rede de postos de combustível Ale, a Ipiranga teria consolidada sua posição como a segunda maior distribuidora do País, perdendo apenas para BR Distribuidora , e passaria a ter 25% do mercado de venda de gasolina.
O negócio
O anuncio do interesse da rede Ipiranga na Ale foi informada ao mercado em junho de 2016. Na data, a Ultrapar, que tem a marca Ipiranga como subsidiária, afirmou ter acertado a compra da também distribuidora Ale pelo montante de R$ 2,17 bilhões. A intenção era ampliar a atuação dos postos Ipiranga no Nordeste, local esse em que a distribuidora tem baixa participação de mercado. Desde então as empresas esperavam a autorização do Cade para concretizar a negociação.
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