Armazéns de voo, recepcionistas robôs e banheiros inteligentes soam como ficção científica para você? Bem, com o acelerado ritmo que essas tecnologias futuristas têm evoluído, não levará muito tempo para que o mundo se assemelhe a filmes como Blade Runner, repleto de robôs e inovações inteligentes ao redor dos seres humanos.
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Porém, quais dessas inovações realmente podem fazer a diferença? Com base em avanços e tendências recentes, o Futurism listou cinco tecnologias futuristas que podem transformar o dia a dia dos humanos:
1. Casas inteligentes
Muitos itens domésticos típicos são possibilitados a se conectarem a internet e a fornecerem dados. Entretanto, muitas dessas tecnologias chamadas inteligentes, não são tão inteligentes assim.
Um medidor inteligente apenas permite que as pessoas vejam como a energia está sendo usada, enquanto uma TV inteligente simplesmente faz a junção da própria televisão com o acesso à internet.
Iluminação inteligente, fechaduras de porta remotas e controles de aquecimento inteligente também seguem essa mesma linha, sendo programados por meio de um dispositivo móvel, mudando o ponto de controle de um painel para a palma da mão. Mas para que realmente possa fazer a diferença, a tecnologia precisa se desdobrar mais a fundo.
Imagine uma máquina de lavar roupa que reconheça as peças que você colocou nela, e seleciona automaticamente o programa certo, ou mesmo adverte quando você coloca itens que não podem ser lavados juntos. Aqui é importante entender melhor as atividades diárias das pessoas, suas motivações e interações com os objetos inteligentes.
Tais tecnologias poderiam mesmo funcionar em benefício de todos. A BBC relata, por exemplo, que os fornecedores de energia "reduzirão os custos para quem permite que sua máquina de lavar roupa seja ativada pela internet para maximizar o uso de energia solar barata em uma tarde ensolarada" ou "para que seus congeladores sejam desligados por alguns minutos para facilitar a demanda nos horários de pico".
Neste caso, há uma grande preocupação com a segurança, já que dispositivos conectados a internet podem e estão sendo pirateados. Nossa casa é, afinal, o lugar onde devemos nos sentir mais seguros. Para que isso seja efetivo, essas tecnologias devem atuar para mantê-las assim.
2. Secretários virtuais
Os secretários desempenham um papel importante nas empresas, com a execução de tarefas que consomem tempo e que podem ser relativamente automatizadas. Considere a organização de uma reunião "simples", onde é necessário encontrar pessoas interessadas em participar, de acordo com as exigências das entidades e identificar a disponibilidade delas depois.
Ferramentas como o doodle.com , utilizadas para comparar a disponibilidade das pessoas para definir o melhor horário para o evento, podem ajudar. Mas, em última instância, confiam nos participantes envolvidos ativamente. Elas também só se tornam úteis uma vez que as pessoas certas já foram identificadas.
Ao usar informações de contexto, como gráficos de organizações, percepção de localização de dispositivos móveis e calendários, além de identificar as pessoas certas e o momento adequado para um determinado evento, tornou-se um problema de otimização técnica, explorado por um projeto financiado pela União Europeia há 10 anos.
Nessa fase, a tecnologia que reúne informações de contexto era muito menos avançada. Os telefones inteligentes ainda despertavam estranheza e a mineração de dados e os processamentos não estavam nos níveis em que estão atualmente.
Para o futuro, no entanto, estima-se ver máquinas fazendo muito mais do planejamento diário nas empresas. De fato, o papel dos assistentes virtuais pode ir muito além de agendar reuniões e organizar o dia a dia das pessoas.
Eles podem ajudar os gerentes de projeto a montar o time certo, além de alocá-los para suas devidas tarefas, de modo que cada trabalhador seja conduzido da maneira mais eficiente possível.
Por outro lado, boa parte das informações necessárias são relativamente invasivas em termos de privacidade, porém a geração mais nova já está compartilhando seus momentos cada vez mais no Twitter e Snapchat, o que tem diminuído essas preocupações a longo prazo.
3. Médicos AI
Estamos vivendo um bom momento em relação ao avanço da medicina e da tecnologia de inteligência artificial (AI). Com isso, o futuro da assistência médica pode ser grandemente beneficiado.
Uma empresa privada chamada Babylon Health já está executando uma experiência em cinco bairros londrinos, a fim de encorajar os morados a agendarem consultas com um chatbot para chamadas não emergenciais.
A inteligência artificial foi treinada usando quantidades maciças de dados do paciente, com o intuito de avisar os usuários a irem ao departamento de emergência de um hospital ou a uma farmácia, ou a ficarem em casa.
Segundo a empresa, em breve será desenvolvido um sistema que possa superar os médicos e os enfermeiros no que se diz respeito à execução de diagnósticos.
Em países onde há escassez médica, os médicos AI podem melhorar em grande escala a saúde local, permitindo que os médicos se concentrassem em fornecer tratamento ao invés de passar muito tempo fazendo um diagnóstico. Isso pode também, redefinir significantemente seu papel clínico e práticas de trabalho.
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Em outros lugares, a IBM Watson, a plataforma CloudMedx e a tecnologia Deep Genomics podem fornecer aos clínicos conhecimentos sobre os dados dos pacientes e possíveis soluções, ajudá-los a tomar decisões mais fundamentadas e auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos.
Um número crescente de aplicativos móveis e tecnologias de auto rastreamento, como o Fitbit, Jawbone Up e Withings, agora podem facilitar a coleta de comportamento dos pacientes, bem como o status de tratamento e atividades dos mesmos.
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Não é difícil imaginar que até os banheiros possam se tornar mais inteligentes em breve, sendo usados para examinar a urina e as fezes das pessoas, fornecendo também avaliações de risco em tempo real para certas doenças.
Porém, para que a tecnologia AI possa ser adotada nos cuidados de saúde, muitas preocupações legítimas devem ser abordadas. Muitos desses aplicativos já foram usados para alfabetização em saúde, privacidade, segurança, qualidade de conteúdo e problemas de confiança.
Uma falta de adesão às diretrizes clínicas, preocupações éticas e expectativas incompatíveis a respeito da coleta, da comunicação e do uso de armazenamento de dados do paciente.
Além disso, há limitações tecnológicas que precisam ser desenvolvidas para evitar interpretações equivocadas que possam ser prejudiciais aos pacientes.
4. Robôs cuidadores
Teremos robôs atendendo a porta das casas? Possivelmente. Na maioria das casas das pessoas? Mesmo que eles tenham preços razoáveis? Provavelmente não, uma vez que o que distingue as tecnologias inteligentes bem-sucedidas de mal sucedidas é a sua utilidade e o contexto em que estão inseridas.
Para a maioria, provavelmente não é útil ter um robô que atenda a porta. Porém sua utilidade pode ser potencializada em locais, como casa de cuidados para idosos, onde há poucas pessoas para recepcionar os demais.
Robôs equipados com AI, com reconhecimento de voz e rosto, podem interagir com os visitantes para verificar quem desejam visitar e se eles têm permissão para acessar a casa de cuidados.
Depois da verificação, os robôs com algoritmos de roteamento podem conduzir o visitante até a pessoa que desejam visitar. Isso pode possibilitar que a equipe consiga passar mais tempo de qualidade com os idosos, melhorando o padrão de vida.
O AI exigido ainda precisa de um avanço adicional para operar em ambientes como esse, entretanto, os resultados recentes são positivos: O software DeepFace do Facebook combinou rostos com precisão de 97.25% quando testados em um banco de dados padrão usado pelos pesquisadores para estudar o problema de reconhecimento.
O software é baseado em Deep Learning, uma rede neural artificial composta de milhões de conexões neuronais capazes de adquirir automaticamente conhecimento de dados.
5. Armazéns de voo e carros autônomos
Os veículos autodirigidos são uma das tecnologias mais surpreendentes que estão sendo investigadas na atualidade. Apesar do fato de cometerem erros, podem ser mais seguros se comparados aos motoristas humanos.
Isso é em parte por usarem uma multiplicidade de sensores para coletar dados sobre o mundo, incluindo vistas de 360 graus ao redor do carro. Além disso, conseguem se comunicar uns com os outros para evitar acidentes e engarrafamentos.
Mais do que ser um bem para o público em geral, os carros autodirigidos provavelmente se tornarão particularmente úteis para as empresas de entrega, permitindo economizar custos e fazer entregas mais rápidas e eficientes.
Vale lembrar que ainda são necessários avanços que permitam o uso geral desses veículos, não só para melhorar a sua tecnologia, como também para garantir a existência de um quadro legal apropriado.
No entanto, os fabricantes de automóveis estão envolvidos em uma corrida contra o tempo para ver quem será o primeiro a fornecer um carro de auto condução para os consumidores. Estima-se que o primeiro carro autônomo esteja disponível na próxima década.
Os avanços nessa área não são susceptíveis de parar em auto condução de carros ou caminhões. A Amazon, recentemente, apresentou uma patente para armazéns que podem se locomover até locais onde a demanda por certos produtos possa ascender, Assim, os armazéns voadores enviariam drones autônomos para fazer entregas.
Ainda não foi comunicado se a Amazon pretende avançar no desenvolvimento de tais projetos de tecnologias futuristas, porém já afirmaram que os testes com drones autônomos permanecem sendo realizados.
*Com tradução do Futurism.com
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