Governo Central registra maior dficit primário da história, diz Tesouro Nacional
Contas do governo ficam negativas em R$ 56,9 bilhões no primeiro semestre do ano e resultam no maior rombo em 21 anos no País, informou o Tesouro
Por Brasil Econômico | (*) |
Foi informado nesta quarta-feira (26) pela Secretaria do Tesouro Nacional que as contas do governo apresentaram deficit primário na ordem de R$ 56,9 bilhões no primeiro semestre de 2017. Segundo o balanço oficial é o terceiro ano consecutivo que as contas ficam no vermelho no primeiro semestre do ano.
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Segundo balanço da Secretária do Tesouro Nacional, esse é o pior resultado do deficit primário para o primeiro semestre da série histórica, iniciada em 1997, ou seja, é o pior valor em 21 anos. Até o resultado apresentado nesta quarta-feira (26), o maior rombo nas contas do governo foi de R$ 36,47 bilhões, isso no mesmo período de 2016.
A antecipação do pagamento de precatórios nos meses de maio e junho influenciou negativamente o resultado. Sem ele, o rombo das contas do governo seria bem menor, na ordem de R$ 38 bilhões. Mesmo com o valor menor ele ainda seria o pior resultado da série histórica, informou o Tesouro Nacional.
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. Neste ano, o Tesouro decidiu antecipar o pagamento, tradicionalmente feito em novembro e dezembro, para maio e junho para economizar R$ 700 milhões com juros que deixam de ser atualizados.
Resultado mensal
No mês de junho os dados oficiais apontaram deficit primário – sem contabilizar juros da dívida pública – na ordem de R$ 19,79 bilhões. Com o valor, o resultado foi considerado o segundo mês seguido de contas no vermelho e pior resultado para o mês de junho. No mesmo período de 2016, as contas tiveram deficit de R$ 9,79 bilhões.
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Outros fatores que impulsionaram o deficit foram: queda das receitas e o crescimento de despesas obrigatórias, principalmente com a Previdência Social e o gasto com os reajustes do funcionalismo público.
De janeiro a junho destea ano, as receitas líquidas caíram 2,7%, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Porém, as despesas totais subiram 0,5%, também considerando o IPCA. Até abril, as despesas vinham caindo mais do que as receitas líquidas e impactaram de forma negativa o deficit primário das contas públicas do governo brasileiro.
* Com informações da Agência Brasil
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