Liberação de contas inativas do FGTS foi usada para pagar dívidas, diz governo

Em estudo com indicadores do período de abertura dos saques, Ministério do Planejamento aponta que 36% do valor sacado foi usado para pagar contas

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A referência para a pesquisa vem, principalmente, de dados da Caixa Econômica Federal, que apontam a injeção de R$ 41,8 bilhões na economia com a liberação de valores das contas inativas do FGTS entre os dias 10 de março e 12 de julho. Os saques foram efetuados a partir de, aproximadamente, 25 milhões de contas inativas, superando a expectativa inicial, que previa a realização de apenas 70% deste valor.

De acordo com dados da Caixa Econômica Federal, saques de contas inativas do FGTS já movimentaram R$ 41,8 bilhões
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil - 10.3.2017
De acordo com dados da Caixa Econômica Federal, saques de contas inativas do FGTS já movimentaram R$ 41,8 bilhões

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Segundo o Banco Central , houve uma redução do uso do cheque especial em 4,5% no mês de abril. No mesmo período, o uso do cartão de crédito caiu de 15,7% para 5,7%. Ainda de acordo com o levantamento, houve uma redução do endividamento das famílias após o início dos saques do FGTS , passando de 23,4% da renda, em março, para 23,2% da renda em abril. Os percentuais não consideram endividamentos relacionados ao crédito habitacional.

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Para apontar os sinais positivos após a liberação dos recursos do fundo de garantia, o Ministério do Planejamento usou dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que indicam recuo de 2,4% do endividamento das famílias na comparação com março de 2016. Ainda de acordo com a pesquisa, 80% do valor dos saques do FGTS foram utilizados em três segmentos: vestuário e calçados; hiper e supermercados; e móveis e eletrodomésticos.

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Já os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) foram usados para apontar que a liberação das contas inativas do FGTS contribuiu para que o total de licenciamentos de carros novos feitos em abril registrassem aumento de 7% na comparação com o mesmo período de 2016. Os percentuais aumentam para 11,5% e 18,9% nos meses de maio e junho, respectivamente.

* Com informações da Agência Brasil.