O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminou junho com deflação, isto é, com queda nos preços em relação ao mês anterior. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador apresentou retração de 0,23%, apontando para a primeira redução em 11 anos. O último recuo mensal ocorreu em junho de 2006, quando o indicador caiu 0,21%.

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A maior deflação segundo o IPCA  ocorreu em agosto de 1998, quando a taxa teve queda de 0,51% em relação ao período anterior. Com o resultado de junho deste ano, o primeiro semestre de 2017 fechou em 1,18%, bem abaixo dos 4,42% do mesmo período do ano passado. Na comparação com os primeiros semestres de anos anteriores, este é o resultado mais baixo da série histórica, segundo o IBGE.

Após alta em maio, preços de contas de energia elétrica caíram 5,52% em junho e contribuíram para queda no IPCA
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Após alta em maio, preços de contas de energia elétrica caíram 5,52% em junho e contribuíram para queda no IPCA

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No acumulado para os últimos 12 meses, o índice está em 3%, abaixo dos 3,6% relacionados aos 12 meses anteriores. Para Eulina Nunes, coordenadora do índice de preços do IBGE, "o que chama atenção é que os três grupos mais importantes para o orçamento doméstico tiveram queda, afetando as principais despesas da população: de se alimentar, morar e se transportar".

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Luz, gasolina e alimentos provocam queda

Segundo o IBGE, as contas de energia elétrica contribuíram para a deflação. Em maio, preços desta categoria haviam subido 8,98%, fazendo a inflação chegar a 0,31%. No entanto, em junho, houve um movimento contrário, com queda de 5,52%. De acordo com o levantamento, o resultado foi registrado, principalmente, por conta da passagem da bandeira vermelha para a verde no período, representando uma queda de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos. 

Os combustíveis registraram queda de 2,84% no período e ajudaram os preços da categoria de transportes a registrarem deflação de 0,52%. Segundo a análise, os destaques foram as duas reduções seguidas no preço da gasolina, autorizadas pela Petrobras no final de maio e em junho, além da retração de 4,66% no litro do etanol.

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Já os alimentos , itens que representam 26% do IPCA, registraram queda de 0,50%. O resultado foi puxado pela queda em todas as regiões pesquisadas dos preços da alimentação em casa, que registrou redução de 0,93%. Itens como tomate, batata-inglesa e frutas, apresentaram quedas significativas. "Essa baixa nos preços reflete os resultados positivos da safra e os efeitos da redução no poder aquisitivo da população, que levam o comércio a fazer ofertas e promoções", avalia Eulina.

* Com informações da Agência Brasil e da Agência IBGE Notícias.

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