Construção civil registra queda de receita e de pessoas empregadas, diz IBGE
Entre 2014 e 2015, setor teve queda de 18,7% nas receitas e menos 455 mil profissionais; salário médio teve queda no período, passando para R$ 1.943
Por Brasil Econômico | * |
Os setores de atividade ligados à construção civil registrou recuo no número de empresas ativas, de pessoas empregadas e na receita operacional líquida entre 2014 e 2015. Segundo dados da Pesquisa Anual da Insdústria da Construção (Paic) 2015 divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram 131,5 mil empresas ativas empregando 2,439 milhões de profissionais em 2015.
Leia também: Receita Federal publica regulamentação do programa de renegociação de dívidas
Em 2014, eram 128 mil empresas com 2,894 milhões de empregados , uma queda de cerca de três mil empresas e 455 mil profissionais. Já a receita operacional líquida do setor da construção civil ficou em R$ 323,9 bilhões em 2015. O resultado representa uma queda de 18,7% em termos reais na comparação com o ano anterior. O gasto com o pessoal ocupado correspondeu a 33,3% dos custos destas empresas, pouco acima do registrado em 2014 (32,8%).
Leia também: Pesquisa aponta que 89% dos consumidores compraram online no ano passado
Apesar da alta nas despesas com pessoal, o salário médio no setor apresentou recuo de 1,4%, passando de R$ 1.970,05, em 2014, para R$ 1.943,43, em 2015. No mesmo período, os empreendimentos realizados pela indústria da construção somaram R$ 354,4 bilhões em 2015, equivalente a recuo de 16,5% em relação a 2014.
Na avaliação do gerante da Paic 2017, José Carlos Guabyraba, os resultados de 2015 foram influenciados pela retração da economia brasileira, traduzida nos números do Produto Interno Bruto (PIB), isto é, a soma das riquezas produzidas pelo Brasil. "Deve-se observar que a variação do PIB trimestral em 2015, em relação a 2014, foi de -3,8%, a maior retração da série histórica atual iniciada em 1996", explica.
Você viu?
"A partir de 2014, o segmento da construção passou a refletir o ambiente de desaceleração da atividade econômica do país, evidenciado, no âmbito da demanda interna, pela perda de dinamismo do consumo das famílias, que apresentou queda de -3,9% em relação a 2014".
Desaceleração da atividade por setor
Em seu relatório, o IBGE lembra que, ao refletir o ambiente de desaceleração da atividade econômica, o segmento evidenciou "a perda de dinamismo do consumo das famílias, que apresentou queda de -3,9% em relação a 2014". O resultado, de acordo com o instituto, refletiu o aumento da taxa básica de juros, a Selic, e o menor volume de crédito ao setor neste período.
Quando analisado de forma segmentada, o setor mostra que a construção de edifícios se manteve como a que mais contribuiu para o valor corrente, com R$ 165,7 bilhões das incorporações, obras e/ou serviços. O valor representa participação de 46,7% do total registrado em 2015.
Leia também: Brasil cria 34 mil vagas de emprego e tem terceiro mês com saldo positivo no ano
Embora tenha registrado queda de 38,3% na participação, o segmento de obras de infraestrutura foi o segundo em termos de participação, com R$ 119,9 bilhões, equivalente a 33,9% do total da contribuição do valor corrente da construção civil em 2015. O setor de serviços especializados para construção teve ganho de participação, passando de 17,9%, em 2014, para 19,4%, em 2015. A categoria contribuiu com R$ 68,7 bilhões no período.
* Com informações da Agência Brasil.