Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), identificou que 48% dos brasileiros avaliam a atual conjuntura econômica como negativa. Os dados, que foram coletados para compor o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), apontaram ainda que os escândalos de corrupção, mais frequentes, e o mau uso do dinheiro são os responsáveis por essa percepção.
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Dos entrevistados, 82% disseram que a economia não está em boas condições atualmente, contra apenas 2% que veem a situação como positiva. Outros 15% acreditam que a situação é regular quando questionados sobre a economia do País. Além dos desvios de dinheiro público e os casos de corrupção recentemente divulgados, outros fatores têm impactado no humor desses brasileiros, como desemprego para 27% dos respondentes, aumento dos preços com 13% e juros elevados com 5%.
As entidades informaram ainda que o Indicador de Confiança do Consumidor, que avalia a percepção atual e as expectativas, apresentou 41,5 pontos em maio, mantendo-se praticamente estável se comparado a abril, quando estava em 40,5 pontos. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que abaixo de 50,0 pontos significa um predomínio da percepção negativa tanto com relação à economia como das finanças pessoais.
Situação financeira
O consumidor brasileiro avaliou que a situação econômica brasileira é bem pior que a situação financeira de cada um. As entidade, quando fizeram a analise de performance dos dois indicadores identificou que o da situação da economia marcou 19,6 pontos, já as finanças pessoias pontuação foi de 38,8. “As melhoras pontuais na economia ainda não se refletiram no dia a dia do consumidor. Isso porque o desemprego e os juros permanecem altos e a queda da inflação ainda não se traduziu em ganho efetivo do poder de compra”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
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Atualmente, apenas 12% dos brasileiros avaliam a própria vida financeira de forma positiva. A maioria (44%) acredita que ela se encontra em uma situação ruim, ao passo que 42% a consideram regular. Os principais motivos para o predomínio da percepção negativa são o orçamento apertado e a dificuldades no dia a dia para pagar as contas (39%), desemprego (36%), redução da renda (13%) e a perda do controle financeiro (4%).
Inflação, desemprego e custo de vida
A pesquisa informou que metade dos brasileiros entrevistados, ou seja, 50% deles, acreditam que a elevado custo de vida contribui para tornar a vida financeira familiar complicada. A alta dos preços dos supermercados foi apontado por 78% dos entrevistados, outros 69% afirmaram que a energia elétrica colaborou para essa percepção.
“Apesar do recuo da inflação nos últimos meses, a alta dos preços foi muito acentuada nos últimos anos e esses efeitos ainda são sentidos até hoje. Mesmo com a inflação crescendo em patamares moderados, para que haja uma recuperação do poder de compra é preciso que a renda do brasileiro volte a crescer, fato que ainda não aconteceu”, explica a economista.
Outro ponto mencionado pelos participantes da pesquisa da SPC Brasil foi a preocupação com o desemprego e como isso afeta a vida financeira familiar. O ponto foi mencionado por 22% dos entrevistados, sendo que em seguido vem as questões relacionadas ao endividamento com 15% das menções e a queda dos rendimentos mensais com 8%. O medo de ser demitido é um receio que assusta 33% dos trabalhadores, sendo que para 8% deles o risco de serem dispensados por seus empregadores é alto. Para 25%, o risco é médio e, para outros 25%, a probabilidade é baixa.
Futuro
Em termos percentuais, apenas 19% dos consumidores brasileiros se dizem otimistas com o futuro da economia do País contra 41% de entrevistados que se declaram pessimistas. A maior parte (45%) dos otimistas, contudo, não sabe apontar as razões desse sentimento. Entre os pessimistas com o futuro da economia, mais uma vez, a corrupção, a impunidade e a incompetência dos governantes para lidar com a crise desponta como a principal causa, citada por 49% desses entrevistados. Para outros 20%, a razão do pessimismo é o contínuo aumento do desemprego.
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