Muitos brasileiros adiaram o sonho da viagem ao exterior devido à recessão econômica vivida pelo País. A desvalorização do real frente ao dólar fez com que a moeda estrangeira fosse cotada em R$ 4, o que impactou de forma significativa o número de brasileiros que viajaram ao exterior no ano passado.
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Pesquisa realizada pela FowardKeys apontou queda de 7,8% nas viagens internacionais feitas por brasileiros ao se comparar com o ano de 2015. Entretanto, no primeiro trimestre de 2017, sobre igual período do ano passado, houve crescimento de 23,5%, conforme a pesquisa. As oscilações das moedas estrangeiras devem estar no radar dos turistas, mas não devem impedir a realização daquela viagem de férias.
Mesmo com o câmbio a dificultar a decisão os fundadores do site “Família sem Fronteiras”, Allyson Natier e Bruno Pinheiro, afirmaram ser possível viajar muito, basta se organizar financeiramente. O casal, junto com seus dois filhos, já morou em mais de 40 países, em apenas dois anos, e afirmam que se fossem depender da cotação do dólar ou euro, tinham feito apenas 25% das viagens até o hoje. “Fatores como planejamento e a redução de itens de consumo no mês podem contribuir para que a tão sonhadas férias no exterior aconteça”, diz Pinheiro.
Veja abaixo seis formas de economizar para poder viajar muito durante o ano, segundo o casal:
1. Segunda renda online
Atualmente ter a segunda renda faz parte da rotina de milhares de brasileiros e o mercado online tem ajudado nessa questão. Mesmo não sendo o maior expert da internet, é possível ganhar dinheiro com as redes sociais. De acordo com Pinheiro, hoje existe um mercado em crescimento que é conhecido como afiliados, ou seja, a pessoa se afilia com algum produto que se identifica e passa a ser representante de vendas dessa marca para seu círculo de contatos.
A pessoa passa a ganhar por comissão, ou seja, lucra uma porcentagem por cada item comercializado. “Existem comissões acima de mil reais por produto, ou seja, se dedicar a utilizar duas horas por dia para 'vender' estes produtos, no final do mês poderá ter garantido a passagem de ida e volta para o exterior”. São mais de 80 mil tipos de produtos disponíveis para ser um afiliado online. Os especialistas indicaram duas plataformas para ajudar o turista, sendo elas: Hotmart e Monetizze.
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2. Happy Hour em casa
As idas a bares e restaurantes representam uma boa porcentagem do ganho de qualquer pessoa. O consumo de bebidas nesses locais, por exemplo, pode corresponder a mais de 100% do valor, quando comprado em supermercados. Ou seja, se toda semana um casal sai para tomar uma cervejinha em algum bar, ele vai gastar mais ou menos R$ 50 a mais do que gastaria dentro de casa com a mesma cerveja.
“Em média, uma pessoa pode economizar mais de R$ 200 por mês. No final do ano acaba sendo, no mínimo, R$ 2.400”, explica Allyson ao revelar que graças a esta mudança de comportamento, conseguiu viajar para mais lugares durante o ano. “Decidimos que não iríamos mais sair para beber com amigos em bares caros e luxuosos ou baladas sem necessidade, estipulando uma meta para onde viajaríamos nos próximos 30 dias”.
3. Redução do consumo de bens materiais
Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), no ano passado o valor médio de parcelas do brasileiro foi de R$ 198. Isso significa que em bens e consumo, o brasileiro pode gastar até R$ 1.000 no período de cinco meses.
Para quem quer viajar, este tipo de economia pode render um efeito mais imediato, umas vez que roupas e eletrônicos possuem uma vida útil razoável e não precisam ser trocados mensalmente. “Ao priorizar a viagem, bens de consumo materiais acabam ficando de segunda opção. Sem contar que, dependendo do país que for fazer a viagem, uma peça de roupa pode ser bem mais barata, mesmo com o dólar em patamar elevado”, aconselha Pinheiro.
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4. Vaidade não é prioridade
Reduzir gastos, com roupas, calçados, acessórios e idas a salões de beleza pode representar economia significativa ao final do mês. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), apontam que o setor de beleza movimenta anualmente a cifra de R$ 38 bilhões.
De acordo com dados divulgados pelo site de relacionamento Meu Patrocínio, as mulheres gastam mais que a metade do salário, ou seja, 54% dos seus ganhos com o visual. “Não é necessário abdicar da vaidade, mas sim controlá-la e economizar para poder viajar. Se uma mulher gasta R$ 500 reais por mês em cabelo e unha, uma economia de 25% já pode ajudar em uma viagem no final do ano”, explica Allyson, que aplicou este conceito. “Ao invés de ir toda semana escovar meu cabelo e fazer as unhas, mudei este hábito para cada 15 dias. Quando não ia, fazia em casa mesmo. E com tutoriais e blogs de moda, é cada vez mais fácil acertar o visual sem terceirizar”.
5. Planejar com antecedência
O planejamento é fundamental para quem quer viajar. Mais do que definir o destino, é necessário planejar todo o resto: passagens, hospedagem, passeios e demais detalhes devem ser organizados pelo turista. Uma dica para economizar é comprar a passagem de oito a 12 semanas de antecedência. “As companhias aéreas costumam fazer promoções para diversos destinos e existem blogs e sites especializados em apenas a fornecer estas dicas de promoções relâmpagos”, indica Pinheiro.
6. Nada de luxo
Para os que pretendem fazer uma viagem para mais de um destino em curto período de tempo, o ideal é abrir mão dos hotéis luxuosos. Com o crescimento de startups de reservas de hotéis ou aluguéis de casas por temporada, o preço da hospedagem vem caindo e beneficiando o bolso do turista. “Quando uma pessoa vai viajar, ela esquece que vai passar apenas 15% do tempo do seu dia dentro de um quarto de hotel. Os outros 85% serão consumidos em passeios e compras, ou seja, ao invés de gastar com um quarto que ofereça cama king size e piscina exclusiva, opte por uma hospedagem que seja bem localizada, que traga um conforto na acomodação e seja limpo”, aponta a especialista.
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