De acordo com um levantamento realizado pela consultoria McKinsey, bancos em países desenvolvidos serão os mais afetados por fatores como o enfraquecimento da economia global, atraso na regulamentação e mudanças promovidas pela digitalização, com risco de perda de 25% do lucro do setor, ou seja, US$ 90 bilhões.
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Vale ressaltar que nações em desenvolvimento como Brasil, China e Rússia também estão em situação de vulnerabilidade, com US$ 50 bilhões em risco segundo estudo da Mckinsey .
A pesquisa ainda aponta o mercado americano como o mais preparado para lidar com esses tipos de ameaças, uma vez que a eleição de Donald Trump estimulou o setor do país pela perspectiva de uma regulação que favoreçam os bancos.
Ao lado das instituições japonesas, bancos americanos têm em risco entre US$ 1 bilhão e US$ 45 bilhões até 2020, onde a proporção dos mesmos depende do impacto da transformação digital. Porém, mesmo com ações de mitigação desse elemento, cerca de 8% do lucro dos bancos americanos já está ameaçado, contra 5% do Japão.
Já Europa e Reino Unido têm US$ 31 bilhões em risco, podendo cair de US$ 110 bilhões para US$ 50 bilhões em 2020, caso o impacto da digitalização seja intenso ao longo dos anos.
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Mercados emergentes
Em relação aos bancos de mercados emergentes, o desafio enfrentado é diferente, já que estão mais vulneráveis aos ciclos de crédito. Dos US$ 50 bilhões em risco no Brasil, Rússia e China, US$ 47 correspondem somente ao gigante asiático.
Diante de um cenário lento de crescimento, as perdas de créditos adicionais podem ser agravadas em até US$ 250 bilhões e US$ 220 bilhões no caso da China. Contudo, segundo o levantamento, os bancos chineses são apontados como os mais capazes para suportar tal período, com rentabilidade de US$ 320 bilhões.
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Transformações
Para combater o cenário retratado, as instituições bancárias devem sofrer transformações fundamentais e auxiliares para adaptação do ambiente macroeconômico de alto risco e crescimento limitado. Com isso, lidar com a estagnação também se faz essencial para os bancos.
Com o aumento dos custos de controle nos últimos anos, além da nova regra de conduta, estima-se que gastos com compliance se elevem cada vez mais. Além disso, a digitalização deve elevar a concorrência e reduzir as margens de lucro das instituições financeiras.
Em países emergentes, há bancos enfrentando o cenário de forma branda, a exemplo do Brasil, com ofertas de serviços móveis inovadores a seus clientes. Em contrapartida, há países como a China, a qual instituições bancárias vêm perdendo terreno para entidades de comércio digital.
De acordo com o estudo da Mckinsey, os bancos devem desenvolver medidas táticas para restaurar a receita e assegurar sua viabilidade. Para isso, se faz necessário a proteção de ganhos por meio de custos de curto prazo, juntamente de um gerenciamento de capital e proteção dos ativos de negócios principais. As instituições ainda são aconselhadas a reorientar seus modelos de negócios para o cliente e para o novo ambiente digital, o que pode fortalecer o banco como plataforma de diagnóstico de dados e compartilhamento de custos.
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