Nesta terça-feira (21) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que os desembolsos, realizados no primeiro bimestre deste ano, chegaram a R$ 10 bilhões, sendo um valor 16% inferior ao mesmo período de 2016.
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De acordo com análises, o resultado também é consequência da redução da taxa de investimentos identificados na economia nacional. Embora esse seja o quadro, o BNDES observou que já é sentida uma diminuição no ritmo de redução desde julho do ano passado.
Se no primeiro semestre de 2016 as liberações dos recursos do banco caíram 42%, no comparativo com o mesmo período de 2015. Na segunda metade do ano passado, a variação negativa foi de 28%. E os resultados de janeiro e fevereiro de 2017 confirmam essa tendência.
Setores
De acordo com o balanço, a agropecuária foi o único setor que apontou para elevação de desembolsos nos dois primeiros meses do ano. O acréscimo de 11% totalizou R$ 2,3 bilhões e participação de 23,3% nas liberações do BNDES.
Já o setor de infraestrutura e indústria a redução foi respectivamente de, 10% e 47%, no comparativo com o mesmo período de 2016. Por outro lado, o setor de comércio e serviços, obteve queda mais tímida, de 1% nas liberações.
Embora o quadro geral de infraestrutura tenha sido de baixa, três subsetores da categoria registraram elevação, que são telecomunicações, com 270%, transporte ferroviário com a alta de 85% e energia elétrica, com a variação positiva de 48%.
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Regiões
O balanço também apurou os desempenhos por região. E a maioria delas obteve queda dos recursos liberados. Somente no Sul a retração foi de 38% no período analisado, enquanto que no Norte a baixa foi de 31% e no Sudeste de 19%.
Já o Centro-Oeste e o Nordeste apontaram para altas respectivas de 37% e 25% nos desembolsos do BNDES.
Porte
Já entre as micro, pequenas, médias e grandes empresas foram as últimas que registraram o recuo de 19%, maior variação negativa da avaliação. Já nas primeiras, a retração foi de 10% no volume empregado.
Por outro lado, apenas as liberações para as médias empresas registraram crescimento, com 29%. O que reflete o aumento do limite de faturamento no enquadramento de empresas nessa categoria, que subiu de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões.
Perspectivas
De acordo com os técnicos do BNDES, uma indústria – ainda – com sua capacidade ociosa não estimula a tomada de crédito para investimentos no setor, entretanto sinais de melhoria já podem ser observados. Como por exemplo, a linha de crédito para máquinas e equipamentos (Finame), que obteve crescimento de 35% no primeiro bimestre de 2017.
Outro elemento que ajuda a constatar a melhoria, é que as consultas de projetos da indústria para empréstimo pelo banco aumentaram 64%. Para concluir, o BNDES acredita que, se a conjuntura econômica se mostrar mais favorável ao longo do ano, com certeza haverá recuperação da demanda por recursos da entidade.
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*Com informações da Agência Brasil