Brasil Econômico

A equiparação do salário de homens e mulheres representaria uma injeção de R$ 461 bilhões na economia brasileira. Segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (7) pelo Instituto Locomotiva, o nivelamento envolveria a ampliação dos salários das mulheres, sem que o dos homens fossem diminuídos. 

Em acordo com outras pesquisas , o levantamento confirmou que a disparidade de salário entre gêneros ainda é uma barreira ao progresso das mulheres no mercado de trabalho. "Por exemplo, um homem branco, de 39 anos, nascido em com escolaridade superior, ganha 68% a mais que uma mulher branca, da mesma faixa etária, com curso superior e nascida na mesma cidade”, explica o presidente do instituto, Renato Meirelles.

Segundo Meirelles, naturalização do machismo é apontada como causa e consequência da desigualdade de salário
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Segundo Meirelles, naturalização do machismo é apontada como causa e consequência da desigualdade de salário

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A pesquisa constatou que os homens ganham mais do que as mulheres; os brancos ganham mais que os negros; e a mulher negra é a que menos ganha. "Ganha menos por ser mulher e por ser negra", informou Meirelles. Os dados analisados tiveram como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e revelam que a renda média para um homem branco com curso superior alcança R$ 6.590. A mulher branca na mesma condição recebe, em média, cerca de R$ 3.915.

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Já um homem negro com ensino superior ganha, em média, R$ 4.730, contra R$ 2.870 de uma mulher negra com a mesma escolaridade. Os valores foram atualizados para outubro de 2016, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "Na prática, as pessoas acham que, por poder engravidar, as mudanças não podem ser promovidas, por que várias mulheres deixam o mercado de trabalho simplesmente porque não têm onde deixar os filhos", comenta Meirelles.

Cargos de chefia

Entre 1995 e 2015, houve um crescimento de 135% no número de mulheres com carteira assinada. Entretanto, mesmo com o ingresso de 9,3 milhões de brasileiras em empregos formais, elas ainda não recebem um nível salarial de acordo com suas aptidões. "A gente encontra toda sorte de preconceitos imagináveis sobre isso", diz Meirelles. O exercício de cargos de chefia é um exemplo.

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A naturalização do machismo é apontada, ao mesmo tempo, como causa e consequência da desiguladade de gênero. De acordo com o estudo, 15,4 milhões de homens concordam que o marido sempre deve ter um salário maior que a esposa. Além disso, dois em cada 10 brasileiros acham constrangedor a mulher ganhar mais que um homem.

* Com informações da Agência Brasil.

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