Cerca de 27% dos trabalhadores extrapolam os valores do vale refeição, diz SPC

Além disso, 20% dos trabalhadores vendem o benefício para complementar a renda mensal; cerca de 22% dessas pessoas pertencem às classes C,D e E

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizaram um pesquisa onde foi apurado que 27% dos trabalhadores extrapolam os valores do vale refeição, e são obrigados a complementar os gastos em restaurantes e mercados até a data do próximo depósito.

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Consumidor deve aprender a admnistrar o vale refeição
Foto: Divulgação
Consumidor deve aprender a admnistrar o vale refeição

Ainda de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (3), os brasileiros não administram bem o benefício, visto que uma em cada cinco pessoas não controlam os gastos do vale refeição durante o mês.

O balanço também identificou que 20% dos entrevistados que possuem o ticket costumam vendê-lo para complementar a sua renda. Cerca de 22% das pessoas que adotam a prática pertencem às classes C,D e E.

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De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a venda do benefício é uma prática não permitida e pode resultar em punição. “O ideal é que o trabalhador se organize para destinar o valor do benefício somente em alimentação para si mesmo, usando o seu salário para os outros gastos. A venda do benefício, além de não permitida, gera uma perda do valor total recebido pelo trabalhador, uma vez que a venda é sempre feita com ágio”, diz a especialista.

Despesa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que o trabalhador que ganha em torno de R$ 2.015,00, gasta em média R$ 30,00 por uma refeição completa fora de casa, o que representa 30% do rendimento mensal.

O gasto expressivo revela como é importante o controle de gasto do vale refeição. A economista ainda ressalta que quando o benefício é utilizado de maneira correta, ele é um importante aliado nas despesas do trabalhador. Mas para isso é essencial que o beneficiário não faça gastos excessivos ou desnecessários.

O Ministério do Trabalho e a Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador divulgaram em 2015, que o programa (vale refeição e alimentação) beneficiou cerca de 19 milhões de pessoas no País.

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