Nesta sexta-feira (24) o Serviço de Proteção ao Crédito (SCP Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram um balanço onde foi registrado que a quantidade de empresas em situação de inadimplência cresceu 5,28% em janeiro de 2017.
LEIA MAIS: Empresa investigada: veja como manter o engajamento da equipe em casos como esse
Embora, o dado seja de aumento, em janeiro de 2016 a variação foi muito mais expressiva em relação ao número de pessoas jurídicas em situação de inadimplência , uma vez que teve taxa com crescimento de 13,52%.
A análise do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, permite enxergar que a redução ocorre porque existem dois movimentos em processo no País. Que é a redução da capacidade de pagamento das empresas, que tem a tendência de elevar o número de contas pendentes.
E o outro ponto citado é a questão da contratação de crédito que está praticamente restrita. Desta forma, há a redução do estoque de dívidas, o que limita o aumento da inadimplência. E é esse segundo apontamento que tem sido prevalecido.
Dívidas em atraso
A quantidade de dívidas em atraso em nome das empresas também registrou elevação, mas os números são um pouco mais sutis, uma vez que o crescimento foi de 3,45%, no comparativo entre os meses de janeiro de 2016 e 2017.
O SPC Brasil apurou que o número de dívidas recentes tem recuado. Enquanto que o volume de dívidas antigas aponta para crescimento.
A instituição também apurou um aumento de 19,94% do número de dívidas atrasadas em até 90 dias. Enquanto que os débitos pendentes entre um e três anos cresceu 21,29%.
Você viu?
LEIA MAIS: Socorro a estados com problemas financeiros custará R$ 37 bilhões à União
Quem?
As empresas do segmento de serviços – bancos e instituições financeiras – são as que mais compõem o quadro de inadimplência. Na comparação entre janeiro de 2016 e 2017, o registro do crescimento foi de 8%. Em seguida vem a indústria e o comércio, com respectivamente, 4,78% e 4,12%.
A Região do Nordeste foi a que teve o maior avanço de pessoas jurídicas negativadas, com a alta de 6,7% em comparação a janeiro de 2016. Em segundo lugar vem o Norte, com variação positiva de 5,39%.
Depois vem o Sudeste, Centro-Oeste e o Sul, respectivamente com 5,29%, 4,47% e 3,17%. Embora no ranking o Sudeste esteja apenas em terceiro lugar, esta é a região com a maior concentração de dívidas registradas pelas empresas, compondo 43,72% do total catalogado no País.
Reflexos
Nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou uma pesquisa onde foi apontado que o número de brasileiros desempregados chegou a 12,6%.
Em números, significa que temos cerca de 12,9 milhões de pessoas sem trabalho. O indicador é o pior registrado desde 2012 e é apenas um dos reflexos do alto nível de inadimplência das empresas, que têm se mantido com dificuldades por conta da crise financeira.
LEIA MAIS: IBGE: Brasil tem 12,9 milhões de desempregados; pior resultado desde 2012