Saiba qual o impacto da queda da taxa Selic para o seu bolso
Ao reduzir juros, governo quer estimular consumo, já que preços podem cair; educador financeiro pede cautela antes de comprar ou tomar empréstimos
Por Brasil Econômico |
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, na quinta-feira (22), a quarta queda consecutiva da taxa básica de juros da economia , a Selic. O índice foi reduzido em 0,75 ponto percentual, ficando agora em 12,25% ao ano. A decisão causa mudanças em diversos cenários, mas o que de fato altera em sua vida? Ao abaixar os juros, um dos objetivos do governo é impulsionar o consumo, já que os preços também podem cair.
De acordo com o presidente da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos, a redução da Selic também influencia na queda de juros para tomadas de empréstimos e parcelamentos. Segundo ele, o governo mostra, claramente, a intenção de motivar a população a voltar às compras. "Até pelo fato de que a decisão tem impacto negativo para muitos investimentos", explica.
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A taxa retornou ao nível que estava em março de 2015. Entre outubro de 2012 e abril de 2013, foi mantida no menor nível da história, em 7,25% ao ano. O maior nível da Selic foi registrado em julho de 2015, quando a taxa esteve em 14,25% ao ano. Somente em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir gradativamente os juros.
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Para aqueles que mantêm aplicações que utilizam a taxa básica de juros como base, a notícia não foi tão boa, pois estas perderão rentabilidade. A caderneta de poupança, no entanto, não sofrerá alterações, pois se os juros forem iguais ou superiores a 8,50% ao ano, os rendimentos são de 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR).
Aos consumidores que precisam de tomar empréstimos ou fazer parcelamentos, a queda é positiva, pois a taxa influencia diretamente nestas situações. No entanto, se os juros forem definidos antes, nada mudará. O educador financeiro também esclarece que, apesar do estímulo do governo, é importante ter cuidado ao contrair dívidas.
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"Mesmo sendo uma sinalização de incentivo ao consumo, é preciso ter cautela, pois o cenário ainda não é dos melhores", alerta Domingos. "Assim, o consumo deve ser focado nas reais necessidades e objetivos, acabou a era da festa dos gastos". A recomendação em momentos de queda da taxa Selic é pensar duas vezes antes de comprar, parcelar com juros ou adquirir empréstimos.