Nesta segunda-feira (20) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) divulgaram uma pesquisa onde é apontado que a intenção de realizar um investimento entre os Micro e Pequenos Empresários (MPEs) cresceu 12,3% em janeiro de 2017.
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O crescimento diz respeito à intenção de investimento nos próximos 90 dias, e embora a intenção tenha aumentado, o indicador ainda está baixo, com o patamar de 29,46 pontos. Ou seja, bem inferior à máxima dos 100 pontos.
Insegurança
A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL apurou que 64% dos MPEs não pretendem investir, também no período de 90 dias. O principal motivo para a cautela é por que os empresários não enxergam necessidade para tal feito.
Outra razão que contribuiu para o resultado é o cenário de recessão vivido, 24% dos que não pretendem investir alegaram esse motivo.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que embora a maioria dos MPEs esteja com seus planos de investimento adiados, a queda da taxa de juros observada nos últimos meses e o aumento de confiança do setor empresarial podem influenciar positivamente na procura por investimentos, ainda que de forma discreta.
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Já os MPEs que pretendem investir nos próximos três meses totalizam 24% do total respondente da pesquisa. O principal meio utilizado, segundo a apuração, é o capital próprio do negócio (poupança e investimento, por exemplo).
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A finalidade que mais se destaca é o aumento nas vendas, a ampliação de estoque e a reforma da empresa, com respectivamente 47%, 30% e 29% das intenções dos empresários.
Contratação de crédito
Apesar da insegurança por causa da crise econômica, o principal motivo que tem feito os empresários evitarem a contratação de crédito é a não necessidade dele, uma vez que 47% das MPEs têm conseguido se manter com os próprios recursos.
O Indicador de Demanda por Crédito apurou também que dos 84% dos empresários que não pretendem tomar crédito, 18% se nega ao recurso por conta das altas taxas de juros cobradas.
Marcela Kawauti acredita que a burocracia presente no momento da contratação de crédito também é um dos obstáculos presente na vida dos MPEs. Ela ainda conclui que “o incentivo a políticas que facilitem a concessão e reduzam o custo do crédito é algo que pode mudar este cenário”.
Dentre os empresários que pretendem fazer o investimento, 46% ainda não sabem qual modalidade será contratada. O principal destino do crédito é o capital de giro, que pretende ser utilizado por 38% dos MPEs que querem contratar crédito. Logo em seguida, vem microcrédito com 28% das intenções e 14% pretende utilizar o cartão de crédito empresarial.
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