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Fecomercio-SP aponta que famílias com renda inferior a 10 salários mínimos representam 54% dos endividados em janeiro
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Fecomercio-SP aponta que famílias com renda inferior a 10 salários mínimos representam 54% dos endividados em janeiro

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), em janeiro, 49,2% das famílias paulistanas afirmaram ter algum tipo de dívida. Se comparado a dezembro do ano passado, o resultado registrou uma queda de 2,7 pontos porcentuais (p.p). Em relação ao mesmo mês de 2016, onde 51,8% das famílias estavam endividadas, houve queda de 0,4 ponto porcentual.

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De acordo com a pesquisa da Fecomercio-SP, o total de famílias endividadas passou de 2 milhões em dezembro para 1,899 milhão em janeiro. Vale lembrar que em janeiro do ano passado o resultado era de 1,984 milhão. Segundo a assessoria econômica da Federação, a redução nos níveis de endividamento e inadimplência foi ocasionada pelo comportamento do consumidor, que quitou algumas dívidas com a segunda parcela do 13º salário e diminuiu a aquisição de novos financiamentos por conta da instabilidade na economia.

Renda e prazos 

As famílias com renda inferior a 10 salários mínimos representam 54% do porcentual de endividados em janeiro, queda de 2,4 pontos porcentuais se comparado aos 56,4%  registrados em dezembro de 2016. Já no grupo com renda maior a esse montante, o porcentual de endividados foi de 35,4%, resultado 3,5 pontos porcentuais menor do que os 38,9% de dezembro.

Entre os consumidores endividados, o prazo médio de maior incidência de comprometimento da renda é por mais de um ano com participação de 32,2% e até três meses  com 24,4%. O restante divide-se entre os períodos entre 3 e 6 meses com 23% e entre seis meses e um ano com participação de 18,4%.

Inadimplência

 Em janeiro, cerca de 16,9% das famílias da Capital de São Paulo afirmaram ter contas atrasadas, queda de 1,3 ponto porcentual em relação aos 18,2% obtidos em dezembro de 2016. A taxa foi considerada a menor desde 2015, evidenciando a preferência das famílias por destinarem recursos do décimo terceiro para o pagamento de dívidas.

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Se comparado ao mesmo mês do ano passado, o indicador apresentou retração de 0,3 ponto porcentual, quando atingiu 17,2%. Enquanto o  total de famílias com contas em atraso passou de 700 mil em dezembro para 654 mil em janeiro desse ano. Em 2015, o resultado foi de 657 mil.

Entre as famílias com contas atrasadas, 52,6% afirmaram ter contas vencidas há mais 90 dias, 24,8% disseram ter contas com atraso entre 30 e 90 dias e 21,3% tem dívidas atrasadas por até 30 dias.

Também em janeiro, 21,6% das famílias com renda inferior a 10 salários mínimos declaram ter contas em atraso, recuo de 1,2 ponto porcentual ante a dezembro do ano passado. Na faixa de renda acima de 10 salários mínimos, o número foi de 7,4% em dezembro para 6,4% em janeiro, queda de 1 ponto porcentual.

A pesquisa ainda evidenciou que famílias com menor renda são mais impactadas pelos efeitos da inflação e da alta dos juros. Para esta faixa da população, o crédito funciona como um meio de inclusão, já que só por meio dele é possível que o acesso a esses padrões seja permitido.  

Tipos de dívida

De acordo com a Fecomercio-SP, o cartão de crédito continua sendo a principal dívida entre as famílias, com 71,4%,  porém apresentou recuo de 1,5 ponto porcentual se comparado a dezembro de 2016. Na sequência estão o financiamento de carro com 13,8%, os carnês com 13,4% e o crédito pessoal com 12,4%.  Financiamento de casa, cheque especial e crédito consignado também aparecem entre os tipos de dívidas, com 11,8%, 8,1% e 4,4%, respectivamente.

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