Nesta quinta-feira (9) foi divulgado o Índice de Confiança do Agronegócio (ICAgro), que recuou de 106,3 pontos para 104,4. Embora os números tenham representado uma queda em relação ao trimestre anterior, o balanço é o mesmo registrado em 2013, que é o melhor da série histórica.
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De acordo com a pesquisa elaborada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), embora o cenário seja de queda, o empresário do agronegócio ainda se mantém otimista – acima dos 100 pontos médios.
Indústria
Outro indicador medido pelas instituições é o Índice de Confiança da Indústria, o qual somou 0,6 pontos no balanço ao totalizar 108,8 pontos no 4º trimestre. As entregas recordes da indústria de fertilizantes ajudaram no resultado positivo, uma vez que mais de 33,5 milhões de toneladas desses produtos foram entregues.
A categoria da indústria formada – majoritariamente – pelo setor de alimentos variou 1,2 ponto neste trimestre. A marca de 104,6 pontos foram obtidos no final de 2016, e de acordo com o gerente do departamento do agronegócio da Fiesp, Antonio Costa, o sentimento de que o pior já passou colabora para a composição do cenário de recuperação.
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Descontinuidade
Após cinco trimestres seguidos de alta, o Índice do Produtor Agropecuário registrou recuo de 5,7 pontos no comparativo com o trimestre anterior. O resultado do 4º bimestre de 2016 foi de 102,5 pontos.
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Vale ressaltar que embora o indicador tenha sofrido retrocesso, os números se mantiveram acima do que é considerado otimista pelas instituições.
Ainda que o marcador tenha registrado recuo, para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcio Lopes de Freitas, é importante frisar que a confiança dos produtores aumentou nos quesitos produtividade e disponibilidade de crédito, mesmo com o quadro de inquietação em relação à queda nas cotações das commodities agrícolas, como da soja e do milho.
Exceção
O produtor pecuário foi o único que somou menos de 100 pontos. Na última avaliação realizada, o patamar foi de 93,2 pontos, o que significa um recuo de 7,5 pontos em relação ao trimestre anterior.
A explicação para a baixa desse item do ICAgro é a queda nos preços. Um dos itens que obtiveram a maior queda foi o leite, uma vez que em dezembro os preços do produto foram 13% menores do que o registrado em julho, quando o litro chegou a R$ 1,47.
De acordo com o Índice de Confiança do Agronegócio, as cotações do boi gordo na BM&F Bovespa chegaram 3,6% mais baixos em dezembro no comparativo com julho, quando a arroba chegou a R$ 162.
“Não havendo uma deterioração do câmbio, a safra recorde prevista de grãos, aliada ao bom momento de culturas como a cana-de-açúcar e a laranja, além do aguardado surgimento de sinais mais consistentes de recuperação dos indicadores econômicos, deverão manter a confiança do agronegócio brasileiro em patamares elevados”, explica Marcio Lopes de Freitas.
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