Levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) apontou que o setor de serviços de São Paulo continua com dificuldades para retomar o fluxo de crescimento e expansão. De acordo com a pesquisa, o faturamento do setor registrou a 16ª queda na comparação interanual em novembro de 2016, obtendo o valor de R$ 21,3 bilhões e retração de 3,3% se comparado ao mesmo mês de 2015.
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Os dados retirados da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS) elaborada pela Fecomercio-SP mostraram que apesar do baixo desempenho, a queda não foi tão significativa, uma vez no mesmo período de 2015, o faturamento real do setor de serviços caiu 8,9%. Porém, se levado em consideração apenas os resultados obtidos em novembro, 2016 deteve o menor resultado desde 2011. No acumulado de 12 meses, o recuo foi de 3,7%.
Em comparação a novembro de 2015, das 13 atividades avaliadas, quatro apresentaram evolução no faturamento, evidenciando assim, a lentidão no processo de recuperação do setor. Os segmentos de saúde, serviços bancários e empresas do Simples Nacional, obtiveram os melhores desempenhos, com 17,4%, 4% e 3,3%, respectivamente. Juntos, esses setores contribuíram 2,5 pontos percentuais para o resultado final.
Já no que diz respeito às retrações, atividades de turismo, hospedagem, eventos e assemelhados, decaíram, com resultado de -22,3%. Outros serviços e jurídicos, econômicos, técnico-administrativos, registraram baixas, com -13,2% e -10,9%, respectivamente. Em conjunto, essas atividades contribuíram negativamente com 4,5 pontos percentuais para a redução no faturamento real do setor de serviços em novembro.
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As informações foram fornecidas pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, baseadas na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo. Vale ressaltar que o município de São Paulo é de grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, já que representa aproximadamente 20% da receita total gerada no Brasil.
Desemprego
Segundo a Fecomercio SP, a elevada taxa de desemprego fez com que muitas pessoas perdessem o acesso ao plano de saúde, tornando a busca por serviços particulares maior, e consequentemente impactando no aumento de preço. Vale ressaltar que o grupo saúde é considerado um serviço indispensável, e independentemente do valor, a população não tem como deixar de recorrer ou adiar determinados procedimentos.
Na contramão dos ganhos obtidos pelo grupo saúde, estão atividades que sofreram com a instabilidade econômica e política do País. Como forma de diminuir gastos, diversos consumidores e empresários brasileiros diminuíram a contratação de serviços, como por exemplo, o jurídico.
Como previsto anteriormente pela Fecomercio SP, o setor de serviços continua apresentando resultados não favoráveis, porém com quedas menos bruscas. Com isso, foi o último a ser influenciado pela crise econômica. A entidade ainda afirma que assim como os decréscimos, a retomada do setor também ocorrerá lentamente, ao passo em que setores industriais e comercias retomem as vendas, que auxiliarão no crescimento dos indicadores de emprego, renda e crédito.
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