Brasil Econômico

Relatório da DHL evidenciou o atraso na conectividade global de economias emergentes como  obstáculo
iStock
Relatório da DHL evidenciou o atraso na conectividade global de economias emergentes como obstáculo

Em 2015 a conectividade global, medida pelos fluxos de comércio, capital, informações e pessoas, superou o índice computado anteriormente e o pico de conectividade visto no mundo no pré-crise de 2007. O levantamento feito pela DHL, empresa do setor de logística e intitulado Índice de Conectividade Global (GCI) apontou que o mundo estava cerca 8% mais conectado em 2015 do que 10 anos atrás.

LEIA MAIS: Apenas metade dos brasileiros sabe se planejar financeiramente, diz SPC

Medido pelo tráfego internacional da internet, pelos minutos de chamadas telefônicas e pelo comércio de publicações impressas, o pilar de informações teve grande evolução entre 2013 e 2015, assim como a diminuição da proporção entre mercadorias comercializadas entre fronteiras, iniciada em 2012,  porém acelerada em 2015. Já os ganhos dos fluxos de capital e pessoas, registraram uma tímida evolução no mesmo período.

“A globalização tem atuado como o motor do progresso no mundo ao longo dos últimos 50 anos. O GCI documenta que a globalização finalmente se recuperou da crise financeira, mas enfrenta um futuro incerto. É essencial que os responsáveis pela formulação de políticas e líderes empresariais apoiem um ambiente em que a globalização possa continuar a florescer e melhorar a vida dos cidadãos em todo o mundo” comentou em nota o CEO do Grupo Deutsche Post DHL, Frank Appel.

A pesquisa sobre o GCI foi desenvolvida pelo especialista em globalização, Pankaj Ghemawat, que evidenciou o atraso na conectividade global de economias emergentes. Outro fator destacado foi o poderoso impulso que essas economias proporcionariam aos índices de conectividade global, caso se equiparassem com as de economias mais avançadas.  “As economias mais avançadas estão cerca de quatro vezes mais profundamente integradas nos fluxos internacionais de capital, cinco vezes mais nos fluxos de pessoas e nove vezes em relação aos fluxos de informações”, afirmou Ghemawat.

A edição lançada em 2016 ainda apontou uma grandiosa proporção de tráfego de internet que tem cruzado fronteiras nacionais, mesmo com o retardamento causado pelo comércio internacional e seus fluxos de informação. “Isso ressalta a enorme margem disponível para o comércio eletrônico internacional impulsionar as atividades empresariais e expandir as opções disponíveis aos consumidores em todo o mundo”, relatou o CEO da Post – eCommerce – Parcel do Grupo Deutsche Post DHL,  Jürgen Gerdes.

Índice Nacional e Regional de 2016 

O relatório também forneceu detalhes sobre o nível individual de conectividade de países e regiões.  O índice faz a classificação dos países de acordo com a combinação entre a intensidade dos fluxos internacionais e suas distribuições geográficas, ou seja, profundidade e amplitude, respectivamente. Gerando assim, uma pontuação de conectividade geral entre 0 e 100 pontos.

Você viu?

A Holanda ocupa o primeiro lugar do ranking como o país mais conectado do mundo, sendo a Europa considerada a região mais conectada do planeta. É importante lembrar, que oito dos 10 países mais globalizados do mundo estão localizados na Europa, sendo Cingapura e os Emirados Árabes Unidos as duas exceções. Em segundo lugar está a América do Norte, liderando os pilares de capital e informações e apresentando o maior ganho geral de conectividade global dos últimos dois anos. Em seguida estão a América do Sul, América Central e a região do Caribe. Já os  países da Ásia Central e do Sul e da África Subsaariana, decaíram em seus níveis médios de conectividade global.  Enquanto os Estados Unidos atingiu a posição de país mais conectado das Américas, ocupando a 27º posição entre os 140 países medidos pelo GCI.

LEIA MAIS: Índice que reajusta aluguel acumula 6,77% em 12 meses

Em relação às mudanças de classificação entre 2013 e 2015, Suriname, Jamaica e Fiji se destacaram. O Suriname subiu 23 posições, indo da 112ª para a 89ª colocação.  A Jamaica conquistou o 85º lugar e Fiji passou da 94ª para  a 74º colocação. De acordo com o índice, a evolução do Suriname se deu devido à ampliação de suas intenções internacionais, enquanto a Jamaica e Fiji aumentaram a profundidade e amplitude dos índices de conectividade global. Em contrapartida, a Nigéria, Togo e Nicarágua registraram as maiores quedas nas classificações. A Nigéria caiu 28 posições, indo de 67ª para 95ª.  O Togo decresceu 21 casas no ranking, passando de 72ª para 93ª.  Já a Nicarágua decaiu 19 posições, indo do 71º para o 90º lugar.

Novos Índices

Tendências paralelas as de globalização e urbanização potencializaram o interesse pelas cidades globais, contribuindo para que o Índice de Conectividade Global da DHL introduzisse em 2016, mais dois novos índices municipais: o índice de “Gigantes da Globalização”, que compara o tamanho das interações internacionais das cidades, e o índice “Centro de Globalização”, que cria um paralelo à dimensão de profundidade do GCI e classifica as cidades  detentoras dos fluxos internacionais mais intensos de comércio, capital, pessoas e informações, levando também em consideração as suas atividades internas.

Os novos índices estão sendo liderados por Cingapura em âmbito municipal. “Mesmo depois de controlar as vantagens estruturais de Cingapura, a Lion City ainda a presenta um desempenho superior quanto à profundidade de seus fluxos internacionais. É necessário dar crédito às políticas voltadas ao crescimento das conexões de Cingapura para além de seus vizinhos imediatos”, afirmou Ghemawat.

No que se diz respeito à classificação de cidades globais, Londres e Nova York, lideram o ranking, ocupando a 3ª e 4ª colocações no índice de Gigantes da Globalização, e os 47º  e 76º lugares no índice de Centros de Globalização, respectivamente.  O relatório da DHL também evidenciou a preferência de cidades menores por atividades internacionais, principalmente em Londres e Nova York.  Países como Manama, Tallin e Mumbai fizeram parte de uma alta não esperada no desempenho do Índice de Centros de Globalização.

Brasil

De acordo com o DLH, em 2016 o Brasil ocupou a 57ª posição dentre os 140 países mais conectados.  O nível de conectividade global do País também cresceu entre 2014 e 2015, assim como sua amplitude, que o levou a 11ª colocação na classificação geral.  Em relação à profundidade, o País decaiu, ficando na 120ª posição de 140. Assim como no comércio, detentor de 35% do índice geral, no qual se classificou em 136º lugar de 140 na profundidade, e em 2º de 140 na amplitude.

LEIA MAIS: Entenda como as marcas de sucesso usam o design para alavancar as vendas

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!